"Em tempos muito difíceis, o Papa Francisco liderou pelo exemplo, denunciando desigualdades, estando do lado dos mais pobres, ele próprio totalmente despojado de ostentação e riqueza. Foi um exemplo em todas as latitudes e, por isso, foi tão querido por católicos e para além dos próprios católicos", afirmou.
Nuno Melo falava aos jornalistas à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé, em Lisboa, depois de assinar o livro de condolências pela morte do Papa Francisco.
O líder do CDS-PP considerou que Francisco foi um homem "simplesmente notável", tanto a nível pessoal, como enquanto líder da Igreja Católica.
"É de personalidades assim que as instituições se constroem e se fortalecem. A igreja hoje é melhor e mais forte por causa do Papa Francisco", salientou.
Melo defendeu também que o Papa "aproximou os jovens da igreja", e afirmou que a Jornada Mundial da Juventude, que decorreu em Lisboa em 2023, foi "um sinal" disso mesmo.
"Quando tantos diziam que os jovens se afastaram da igreja, Lisboa e Portugal e os jovens de todo o mundo mostraram como estão com a igreja. Estiveram e estão com a igreja por causa do Papa Francisco e por causa dessa liderança pelo exemplo", sustentou.
Quanto ao sucessor de Francisco, o também ministro da Defesa Nacional afirmou que "seria desejável que tivesse um perfil próximo daquele que foi o perfil do Papa Francisco".
"O mundo vive momentos muito complicados, imprevisíveis, até perigosos, e um Papa tem de ser, neste contexto, um farol permanente de fé, de esperança e de exemplo, juntando os povos, estando do lado daqueles que são os mais desfavorecidos, dando alento àqueles que precisam de bons exemplos", justificou.
Nuno Melo afirmou que "foi isso que, em permanência, o Papa Francisco conseguiu junto da humanidade".
"O meu desejo é que nesta sucessão, que é difícil pela dimensão de quem parte, a igreja continue a ser essa manifestação permanente de fé e de exemplo. Eu acredito que assim será", disse.
O presidente do CDS-PP considerou que existem "homens de fé perfeitamente notáveis, que serão com toda a certeza capazes de seguir este exemplo de fé e de liderança no superlativo que foi o Papa Francisco".
Na ocasião, o também ministro da Defesa Nacional recusou responder a perguntas sobre qualquer outro tema.
O Papa Francisco morreu na segunda-feira, aos 88 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), depois de 12 anos de pontificado.
O funeral será realizado no sábado, quando são esperados religiosos, várias autoridades e líderes de todo o mundo para participarem nas exéquias.
Na quinta-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros o decreto que declara três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco, a cumprir entre hoje e sábado.
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