Na versão conhecida do Orçamento do Estado para 2021, o Bloco de Esquerda não tem condições para viabilizar o documento. Quem o diz é Catarina Martins, Coordenadora Nacional do BE, numa entrevista concedida à Antena 1 na manhã desta segunda-feira.
"Com aquilo que se conhece neste momento, não creio que o Bloco de Esquerda tenha possibilidade de viabilizar o Orçamento do Estado, mas aguardo conhecer o documento, aguardo eventuais evoluções da parte do Governo e a direção do BE tomará essa decisão em devido tempo".
Foi esta a frase proferida por Catarina Martins, que marcou a atual posição do partido quanto à proposta de lei do documento que hoje será apresentada na Assembleia da República.
A líder dos bloquistas reiterou ainda que as propostas do partido continuam "em cima da mesa". O BE "não parou as negociações, não retira as suas propostas de cima da mesa e não fecha nenhuma porta".
Na mesma entrevista, Catarina Martins afirmou também que não existiu um "encontro" com António Costa no sentido "fechar as negociações para fechar a entrega" do OE para o próximo ano.
"Ouvi as declarações do primeiro-ministro mas não houve nenhum acordo feito com o Bloco de Esquerda até ao momento", assinalou após o chefe do Executivo ter dito, no sábado, que "estão criadas condições" para acordo com BE e PCP para aprovação do documento.
"Quanto ao essencial não vejo como pode não haver acordo com o BE e o PCP", insistiu António Costa, ao lado do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa final da Cimeira Luso-Espanhola que se realizou na Guarda.
O Governo entrega hoje na Assembleia da República a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021, que deverá ser votada na generalidade dia 28 e em votação final global a 26 de novembro. A publicação da redação final do texto está marcada para 16 de dezembro.
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