PEV questiona Governo, chocado com caçada e "massacre" de 540 animais

O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) afirmou-se hoje "chocado" com o "verdadeiro massacre" de 540 veados e javalis numa caçada na herdade da Torre Bela, Azambuja, e questionou o Governo sobre a fiscalização a este tipo de montarias.

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Lusa
23/12/2020 13:24 ‧ 23/12/2020 por Lusa

Política

PEV

Numa pergunta enviada ao Ministério do Ambiente, a deputada do PEV Mariana Silva classificou de "condenável" uma caçada que pode ser apelidada de "um verdadeiro massacre de veados e javalis", 540 no total, e as suas imagens que chocam "pela violência e exibicionismo do ato, pela ostentação" e, "sobretudo, pela sensação de impunidade associada ao ato".

"Choca-nos, e tudo leva a crer que assim foi, que as autoridades competentes tivessem conhecimento da ocorrência através da comunicação social, sem que tenha sido dado qualquer parecer ou autorização pelo organismo que tutela a caça para que esta atividade possa ter tido lugar. Ao que tudo indica nem antes, nem depois, da contabilidade feita ao número de animais abatidos", lê-se na pergunta dirigida ao Ministério do Ambiente, através da Assembleia da República.

O PEV quer saber "se no plano de ordenamento e exploração cinegética" da zona de caça da herdade da Torre Bela, concelho da Azambuja, permite "abater tantos animais e se a autoridade responsável, nomeadamente o Instituto de Conservação da Natureza (ICNF), aprovou este plano".

Na lista de sete perguntar, os Verdes questionam ainda o executivo sobre o número de efetivos do corpo de Vigilantes da Natureza e ou Guardas Florestais afetos à zona onde se insere a Torre Bela e "que condições têm para monitorizar as atividades cinegéticas" e que outros espaços existem no país onde este tipo de caçadas pode acontecer.

Na segunda-feira, o Instituto da Conservação da Natureza abriu um processo para averiguar junto da Zona de Caça Turística de Torre Bela, concessionada à Sociedade Agrícola da Quinta da Visitação, SAG, Lda., "os factos ocorridos e eventuais ilícitos" relacionados com estes abates.

O ministro do Ambiente já repudiou o abate de 540 animais numa herdade na Azambuja, afirmando que iria ser feita uma queixa ao Ministério Público e admitiu uma revisão da Lei da Caça, designadamente no que diz respeito às montarias.

O jornal 'online' O Fundamental divulgou no domingo que 540 animais, a maioria veados e javalis, foram abatidos numa montaria nos últimos dias.

O abate, segundo o jornal, será sido "publicitado" nas redes sociais "por alguns dos 16 'caçadores' que terão participado" na iniciativa.

Leia Também: Montaria na Azambuja foi uma "chacina abjeta, um massacre inaceitável"

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