Moção E alerta que Bloco de Esquerda pode perder "influência política

A moção E à XII Convenção Nacional bloquista, promovida por críticos à atual direção, alertou hoje para o perigo de o partido perder "influência política" e pediu "pluralidade de opiniões" e "liberdade de as discutir".

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Lusa
22/05/2021 16:30 ‧ 22/05/2021 por Lusa

Política

Convenção do Bloco de Esquerda

 

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"A proposta que apresentámos à Convenção Nacional, em forma de moção E, é o resultado de discussão e partilha, é o resultado de um espaço onde identificamos a diversidade e a riqueza de opiniões dentro do partido como defesa face ao perigo de perda de influência política que este partido pode enfrentar em muito pouco tempo", afirmou Ana Sofia Ligeiro, que apresentou a moção intitulada "Enfrentar o empobrecimento, polarizar à esquerda", que é promovida pelo movimento Convergência.

A representante dos 66 delegados (em 343) que a moção elegeu disse que não aceitará "condicionantes à contribuição para o debate político" nem que seja "coartado qualquer direito de opinião, de participação", admitindo "ir por fora reclamar o que [lhes] calarem cá dentro".

Esta convenção é também a oportunidade de "corrigir o percurso político do BE", defendeu, assim como "ler a experiência da geringonça, que teve dois tempo," e "perceber o que tem vindo a correr mal a nível eleitoral".

As cinco moções em debate na XII Convenção Nacional do BE, que decorre entre hoje e domingo em Matosinhos, foram apresentadas ao início da tarde.

Pela moção Q, que elegeu nove delegados, João Patrocínio acusou a direção do partido de "navegar à vista" e de se ter dedicado à "política do mediatismo a curto prazo", com as negociações com o PS a assumirem o "papel principal" da sua atuação.

Na sua ótica, o BE "é hoje um partido encostado ao poder" e, embora o BE tenha votado contra o Orçamento do Estado para este ano, "isso não significa que a geringonça tenha saído do imaginário" da direção liderada por Catarina Martins.

Apontando "um período de verdadeira institucionalização", o bloquista que apresentou a moção Q (sob o lema "Quebrar correntes, lutar pelo socialismo") considerou que o BE é "cada vez menos um partido-movimento para ser um partido como os outros", que "não almeja nada mais do que bons resultados nas eleições legislativas".

A moção C ("Mais democracia, mais organização"), que conta com oito delegados nesta reunião magna que decorre entre hoje e domingo em Matosinhos, distrito do Porto, foi apresentada por Américo Campos, que considerou que os partidos podem "mudar de tática" mas devem "evitar mudar de estratégia", pois os "zigue-zagues" são penalizados nas urnas.

Antecipando a vitória da moção A, subscrita pela atual liderança, o subscritor desejou "sucesso no trabalho político" e salientou que espera "que os problemas internos do BE sejam resolvidos".

Pela moção N ("Por uma revolução tranquila", com cinco delegados), a bloquista Paula Rosa centrou o discurso na necessidade de combate ao racismo, algo que classificou de "urgente".

Nesse sentido, Paula Rosa propôs formação antirracista aos professores e revisão da linguagem nos manuais escolares, sobretudo os de história, e defendeu um BE "inclusivo e plural", acrescentando que os "neofascistas atraem com chavões falsos".

Em debate nesta convenção estão cinco moções de orientação política. A eleição de delegados decorreu no fim de semana passado, com a moção A (da atual liderança) a conseguir 233, a moção E (promovida pelos críticos do movimento Convergência) 66, a moção Q nove delegados, a moção C oito lugares, enquanto a moção N ficou com cinco delegados.

 

Leia Também: "Não aceitamos governantes que desprezam o seu povo", diz líder do BE

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