O tema fez parte da reunião de hoje à tarde da Comissão Política do partido, que apontou 14 de outubro como a data mais provável e Lisboa como local fechado, sendo este o primeiro Conselho Nacional do PSD sob a liderança de Rui Rio a realizar-se na capital, depois da vitória autárquica do social-democrata Carlos Moedas no domingo neste concelho.
Na reunião da direção, segundo relatos feitos à Lusa, foi feito um balanço sobre o resultado autárquico - positivo, tal como na noite eleitoral -, mas não se debateu uma eventual recandidatura de Rui Rio à presidência do partido.
Na madrugada de segunda-feira, Rio considerou que o partido teve "um excelente resultado", que o coloca em "melhores condições de vencer as eleições" legislativas de 2023, mas não quis ainda confirmar se será recandidato à liderança do PSD, para não misturar temas da vida interna com as autárquicas.
O PS venceu as autárquicas de domingo com 149 câmaras (148 sozinho e uma em coligação) e o PSD conquistou 114 autarquias (72 sozinho e 42 em coligação), melhorando os resultados das autárquicas de 2013 e de 2017, e com a vitória dos sociais-democratas em Lisboa, Coimbra, Portalegre ou Funchal.
Hoje, num artigo no jornal Público, o eurodeputado Paulo Rangel defendeu igualmente que "não é ainda o tempo" da clarificação ou debate interno no PSD, mas de fazer "uma análise fina e detalhada" dos resultados autárquicos
"A seu tempo, virá o ciclo eleitoral normal do PSD e, aí sim, cada militante será chamado a assumir as suas responsabilidades", referiu, sem clarificar qual será o seu papel nesse ciclo.
Até agora, outros potenciais candidatos à liderança, como Luís Montenegro ou Jorge Moreira da Silva, mantêm-se em silêncio sobre as eleições autárquicas.
Em entrevista à TVI na segunda-feira, o antigo dirigente do PSD Carlos Carreiras disse acreditar que Rio pode sair da liderança do PSD, revelou que o seu 'vice' em Cascais, Miguel Pinto Luz, não avançará na corrida interna do partido e confirmou que existem "pontes" deste com Paulo Rangel.
Se se mantiver um calendário semelhante a 2018 e 2020, as diretas deverão realizar-se em meados de janeiro e o congresso cerca de um mês depois, com um espaço para uma segunda volta, caso haja mais de dois candidatos.
Nas autárquicas de domingo e em relação a 2017, o PSD conquistou 32 novas autarquias, mas também perdeu 16, ficando com um saldo positivo de 16 em relação há quatro anos e vai liderar nove das 18 capitais de distrito (contra cinco do PS) e as duas capitais das Regiões Autónomas.
Em 2017, o PSD teve o seu pior resultado de sempre, que levou à demissão do anterior líder, Pedro Passos Coelho: os sociais-democratas conquistaram 98 presidências (79 sozinhos e 19 em coligação), perdendo oito câmaras em relação a 2013, quando totalizavam 106 concelhos.
Além de mais câmaras e mais eleitos do que nas duas últimas autárquicas, os sociais-democratas tinham também apontado como meta encurtar a distância para o PS, que passou de 63 para 35 com os resultados de domingo.
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