"Se obtiver representação parlamentar -- e o nosso objetivo é constituir um grupo parlamentar --, o PPM tentará inviabilizar sempre, com o seu voto, qualquer nova crise política que promova o chumbo dos orçamentos e o derrube do governo regional empossado antes do 'términus' da legislatura", lê-se no documento divulgado pelo partido.
A lista do PPM é encabeçada por Paulo Brito, tem como número dois Luís Ornelas, e remeteu para os próximos dias a divulgação de todos os candidatos.
O partido aponta que a sua "atuação política defenderá sempre a estabilidade das instituições e o combate ao caos político instalado na Madeira".
O PPM refere ser "um partido com História e presente".
Os monárquicos salientam que a Madeira está "sem orçamento aprovado e mergulhada num turbilhão de eleições sucessivas, facto que coloca em causa o futuro da Madeira", mas, "mesmo sem estabilidade política, governamental e orçamental, continua a crescer economicamente e a criar emprego".
"Só não cresce mais (...), porque o seu potencial de crescimento, na atual conjuntura económica, está a ser travado pela irresponsabilidade política de muitos - a maioria - dos que se sentam na Assembleia Legislativa", argumenta.
No entender do PPM, "triunfa, atualmente, a política do contra, a política do ódio e da ofensa, que chega a ser grotesca, aos adversários político", considerando que "falta sentido de responsabilidade e capacidade de propositura".
"É por tudo isto que o PPM faz falta no parlamento madeirense. Queremos ser o adulto na sala. O partido que participa na vida política de forma construtiva. Com iniciativas e soluções. Que votará sempre contra crises políticas que conduzam a Madeira ao caos e ao desgoverno", enfatiza.
Também realça que "o PPM defende o primado do Estado de Direito", pelo que "os julgamentos são responsabilidade dos tribunais e ninguém deve ser linchado na praça pública antes que os tribunais decidam, em última instância, a sua efetiva culpabilidade".
"O PPM pretende que a Madeira regresse ao ciclo de ambição e progresso, de matriz 'fontista', que foi durante muitos anos defendido e implementado por João Jardim", sustenta, indicando que a região deve "impulsionar um ciclo de obras públicas que projetem a Madeira para patamares de desenvolvimento que estão ao seu alcance".
Ainda aponta ser necessário "forçar uma reforma constitucional que (...) atribua mais competências e meios financeiros", porque o "ímpeto autonomista perdeu fulgor e ambição", além de "confrontar o centralismo de Lisboa com propostas concretas e terminar com tutelas desnecessárias e o subfinanciamento crónico à autonomia", e uma reforma de Lei das Finanças Regionais "ambiciosa".
Para o PPM, estes objetivos devem ser defendidos "mesmo que seja necessário um longo e determinado confronto político com o Estado".
Entre outros aspetos, o PPM também diz ser necessária a utilização total do diferencial fiscal de 30% no IVA, IRC e IRS e promover a diminuição de impostos para incrementar o crescimento económico da região a níveis muito superiores aos registados na atualidade.
O PPM não concorreu nas últimas eleições legislativas regionais de 26 de maio de 2024.
Em 17 de dezembro de 2024, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, o Governo Regional (PSD), liderado por Miguel Albuquerque, empossado a 06 de junho, foi derrubado, uma situação inédita na vida parlamentar da Madeira.
Para resolver a situação, o Presidente da República, depois de ouvir os partidos e o Conselho de Estado, decidiu dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira e marcar eleições legislativas antecipadas para 23 de março.
O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP (partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas), um da IL e um do PAN.
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