Com eleições legislativas antecipadas 'à porta', Luís Marques Mendes traçou, no seu espaço habitual aos domingos, na SIC, os cenários que podem vir a estar 'em cima da mesa' após o dia 30 de janeiro. Para o comentador, há quatro caminhos que poderão ser seguidos, uns mais prováveis do que outros.
Então, que tipo de Executivo podemos ter? O cenário 1 é haver uma 'nova Geringonça'. "É, claramente, a solução preferida pelos eleitores à Esquerda, mas acho que ela está morta e enterrada. O PCP, com o 'chumbo' do Orçamento, matou-a", considerou o social-democrata, acrescentando que a Geringonça "não ressuscita com António Costa à frente do Governo".
Este é, assim, "uma hipótese altamente improvável e, portanto, descartada", apontou.
O cenário 2 é um Governo de 'Bloco Central' que "aconteceu uma única vez em Portugal". Para Marques Mendes, esta é uma "má solução" para o país - uma vez que "dá força aos extremos" - e "é uma má solução para o PS", porque "divide o partido". É também uma "má solução para o PSD, porque abre uma autoestrada para o Chega".
Esta possibilidade, "já rejeitada" por PS e PSD, é igualmente um "cenário altamente improvável", ressalva o também ex-ministro dos Assuntos Parlamentares.
Em terceiro lugar, Marques Mendes apontou como possibilidade uma maioria absoluta de PS ou PSD. "É a solução que mais garante estabilidade [e] a bipolarização favorece este cenário" porque "vai haver voto útil" em ambos os partidos.
É, ainda assim, uma solução difícil para o PS, uma vez que a "Esquerda não gosta da solução". Já para o PSD é "difícil face às sondagens". Concluindo, nas palavras do comentador, "este é um cenário possível, mas pouco provável".
Finalmente, a quarta solução: um "Governo minoritário do PS ou PSD" em que "governa quem ganha, mesmo sem maioria". E como se governa? "Com acordos pontuais na Assembleia da República, caso a caso".
"Trata-se de uma solução instável, com um Governo precário e provisório. E tem um risco de eleições de dois em dois anos, o que é péssimo para o país", fez sobressair. Contudo, este "é, no quadro atual, o cenário mais provável".
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