No encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2022, Paula Santos considerou que a discussão da proposta apresentada pelo Governo "deixa evidente que o apregoado diálogo da maioria absoluta é uma farsa".
O PS "é responsável por um corte de facto nos salários e nas pensões, pela especulação e empobrecimento que se abate" sobre a população, ao recusar, exemplificou, um "aumento extraordinário de todas as pensões em 5,3% e no mínimo de 20 euros, a criação de uma rede pública de creches e o alargamento da gratuidade, ou a fixação de preços na alimentação, combustíveis, eletricidade e gás".
"A retórica do Orçamento mais à esquerda de sempre, mais não é do que uma piada", argumentou a líder parlamentar do PCP.
Paula Santos acrescentou que numa altura em que o país "precisa de uma intervenção firme", o PS "acerta-se com o PAN e o Livre, para desviar atenções do essencial para o acessório, aprovando propostas proclamatórias".
Referindo-se às propostas de outros partidos, nomeadamente as dos dois deputados únicos, aprovadas pela bancada socialista, a dirigente comunista considerou que "a esmagadora maioria não tem qualquer impacto orçamental e dificilmente terá alguma tradução" na vida dos portugueses.
"Há uma enorme distância entre o Orçamento e os orçamentos anteriores, que confirma que os avanços alcançados nos últimos anos só foram possíveis pela nossa persistência e tantas vezes contra a vontade do PS", sustentou a líder parlamentar.
O OE2022 "passa ao lado dos problemas estruturais" do país e a sua discussão em maio "permitia adequá-lo à realidade destes últimos meses", advogou a deputada.
"Mas o PS desperdiçou essa oportunidade", completou Paula Santos.
O grupo parlamentar do PCP votou contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022 na generalidade. O partido ainda não anunciou o sentido de voto para a votação final global.
[Notícia atualizada às 12h42]
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