Porfírio Silva, deputado pelo Partido Socialista (PS), recorreu às redes sociais para criticar o líder da oposição, Luís Montenegro, na posição por este demonstrada quanto ao "imposto sobre os lucros extraordinários".
"Montenegro é contra, mas se a União Europeia quiser, 'eu compreendo'. É uma nova forma de fazer política: esta é a minha posição, mas se for preciso arranjo outra", considerou o socialista no Facebook e no Twitter.
De recordar que, aos jornalistas, em Viseu, no terceiro dia do programa 'Sentir Portugal', o presidente do PSD reagiu à proposta da Comissão Europeia de uma taxação de 33% sobre os lucros extraordinários das empresas de petróleo, gás, carvão e refinarias, cujas receitas deverão ser "cobradas pelos Estados-membros e redirecionadas para os consumidores de energia", para aliviar preços.
Imposto sobre os lucros extraordinários: Montenegro é contra, mas se a União Europeia quiser, "eu compreendo". É uma nova forma de fazer política: esta é a minha posição, mas se for preciso arranjo outra.
— Porfírio Silva (@especulativa) September 14, 2022
"Eu gostava que, quando se fala em tributar os rendimentos do trabalho, quando se fala em impostos indiretos como o IVA, houvesse uniformidade de condições fiscais, para que houvesse as mesmas condições de competitividade quer das famílias, quer das empresas na União Europeia", vincou.
Luís Montenegro disse não saber como vai ser "exatamente a formulação final" desta proposta, mas alegou que "em Portugal há impostos a mais", tanto na energia como noutros setores, para voltar a rejeitar uma nova taxa.
"Como temos uma contribuição extraordinária de solidariedade sobre o setor energético, e que está em vigor desde os tempos em que o PS trouxe a 'Troika' para Portugal... portanto, nós já temos, de alguma forma, uma taxa que corresponde aquilo que é o objetivo que hoje foi anunciado", argumentou.
Neste sentido, disse que "se houver uma resposta à escala europeia que traga uma consignação de um imposto em benefício dos cidadãos e das empresas, se for de aplicação transversal em toda a UE", disse que compreenderia.
"Mas atenção, eu não mudei de opinião, a minha opinião é que nós, e somos um dos 27 Estados membros da União Europeia, em Portugal esse imposto não se justifica e tenho vários argumentos que são específicos do nosso caso", esclareceu.
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