Chega propõe atribuição de suplementos da PJ às forças de segurança

O presidente do Chega anunciou hoje que o partido vai apresentar na Assembleia da República uma proposta para que os suplementos remuneratórios da Polícia Judiciária (PJ) sejam também atribuídos às forças de segurança.

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Lusa
09/01/2024 15:31 ‧ 09/01/2024 por Lusa

Política

CHEGA

"Neste país, tratámos sempre as nossas forças de segurança muito mal. Nos últimos anos temos espezinhado, criado diferenciações artificiais e menorizado as forças de segurança. É, por isso, perfeitamente justo, quando propõem que o suplemento atribuído à PJ, que é justo, diga-se, seja também atribuído às restantes forças de segurança", disse André Ventura.

O líder do Chega, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na sede do Chega/Açores, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, apontou que "não fazer isto, é cavar um fosso de desigualdade, de discriminação e de potenciação de conflitos", que deve ser evitado nas forças de segurança.

Por isso, anunciou que o Chega "proporá hoje, na AR, através de um Decreto-Lei, a equiparação nas forças de segurança, dos suplementos atribuídos, justamente, à PJ, permitindo que também forças como a PSP e a GNR, beneficiem deste suplemento, porque a sua tarefa é igualmente de grande risco e porque o seu trabalho é natural e consecutivamente desenvolvido sob grande risco".

Na sua opinião, transmitida numa altura em que se realizam a nível nacional vários protestos de polícias da PSP por melhores condições salariais e de trabalho, "faz todo o sentido que assim seja" e que a AR "dê urgência e prioridade ao tratamento desta questão".

Na sua intervenção, o líder do Chega também perguntou: "Onde anda o senhor ministro da Administração Interna?".

E prosseguiu: "Como é possível que, tendo tido tempo para ser candidato a secretário-geral do PS, tendo tido tempo para fazer comícios no país inteiro e para se encontrar com militantes, não tenha, ainda, encontrado dez minutos para se reunir com as forças que estão a organizar este protesto, para dar uma palavra sobre estas reivindicações ou dar sequer uma palavra aos polícias sobre o que pretende fazer nos próximos meses para acautelar que este fosso, esta discriminação, não persiste?".

"O senhor ministro disse que falará hoje. Aguardaremos naturalmente as suas palavras, mas é o sinal de um ministro da Administração Interna inativo, ineficaz e muito pouco consciente das suas responsabilidades", concluiu.

André Ventura também referiu que na noite de segunda-feira juntou-se aos polícias que protestaram em Ponta Delgada, nos Açores, e que juntar-se-á aos protestos em Lisboa, em frente ao Parlamento.

O protesto envolveu a paragem, desde segunda-feira, de vários carros de patrulha da PSP de diversos comandos, tendo começado no Comando Metropolitano de Lisboa.

A contestação dos elementos da PSP teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, nalguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Leia Também: Açores são "plataforma de lançamento" para resultado de 10 de março

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