O dirigente histórico do Partido Socialista (PS), Manuel Alegre, assumiu que, no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, lhe "custa ver" a extrema-direita a crescer em Portugal.
"O que me dói e o que me custa é ver que 50 anos depois do 25 de Abril, há muita gente mal formada ou desinformada que vota contra o sistema democrático constitucional", afirmou Manuel Alegre em declarações à RTP2.
Para o socialista, "falhou a pedagogia democrática" e "a escola na transmissão dos valores democráticos".
Além disso, Manuel Alegre recusou-se a dar "benevolência" ao partido Chega, considerando que "aqueles que votaram na democracia" é que "precisam de ser acarinhados".
"Agora acho que a melhor maneira de combater a extrema-direita e o populismo é resolver os problemas concretos das pessoas", afiançou Manuel Alegre.
Por sua vez, enfatizou que o seu partido terá a obrigação de ser oposição do Governo, considerando que "não pode fazer uma política de 'bota abaixo' e fazer uma política responsável de oposição". Além disso, o PS "não pode permitir que a voz da oposição se confunda com o Chega".
De recordar que as memórias de Manuel Alegre, compostas por pequenas histórias que traçam também um retrato do Portugal dos anos 1950 até ao país livre após o 25 de Abril, chega às livrarias esta terça-feira, dia 2 de abril.
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