A candidatura da IL, que tinha visita marcada para as 09:00 no Mercado do Santo da Serra, concelho de Santa Cruz, chegou quase uma hora depois ao local, o que acabou por resultar num encontro com a comitiva do CDS-PP e o seu cabeça de lista, José Manuel Rodrigues.
Os liberais distribuíram material de campanha e percorreram as várias bancas, abordando comerciantes e populares. Quase no fim da visita, fizeram uma paragem para pedir seis ponchas, que depois logo passaram a sete porque Nuno Morna convidou José Manuel Rodrigues a juntar-se.
"Bebes uma poncha comigo?", perguntou Morna, ao que o democrata-cristão respondeu: "Então não bebo!".
Em declarações aos jornalistas, o liberal reiterou que não admite acordos com o cabeça de lista e líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, nem com o Partido Socialista. Com o Chega, acrescentou, "nem se fala, não há qualquer hipótese".
Questionado sobre se admitiria acordos caso o PSD não fosse liderado no arquipélago por Miguel Albuquerque, presidente demissionário do executivo regional e arguido num processo de suspeitas de corrupção, o candidato referiu que esse cenário não se coloca de momento.
"As circunstâncias neste momento são que Miguel Albuquerque é o líder do PSD. O PSD, se ganhar as eleições, ou o que vier a acontecer, muito provavelmente será Miguel Albuquerque o indigitado para formar governo e com Miguel Albuquerque não há qualquer tipo de entendimento da nossa parte", reforçou.
Nuno Morna rejeitou, por outro lado, que um governo minoritário signifique uma situação de ingovernabilidade e considerou que "é muito provável" que seja esse o cenário a surgir depois das eleições do dia 26 de maio.
"A Europa é exímia em mostrar 'n' soluções de governos minoritários que vão caso a caso, ponto a ponto, decreto a decreto, acertando as agulhas - uns cedendo de um lado, outros cedendo do outro, de maneira a que as melhores soluções de governabilidade sejam apresentadas às pessoas", sustentou o também coordenador da IL/Madeira.
Relativamente ao seu partido, Nuno Morna, que em setembro do ano passado foi eleito deputado único, disse estar convicto de que os liberais vão crescer e eleger um grupo parlamentar à Assembleia Legislativa da Madeira.
As legislativas do arquipélago decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS (no executivo desde 2019) elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN e o BE obtiveram um mandato cada.
O PSD, que sempre venceu as regionais realizadas em democracia, perdeu a maioria absoluta pela primeira vez nas eleições de 2019, pelo que fez um acordo com o CDS após o sufrágio.
Já em coligação, nas últimas eleições, os dois partidos falharam também a maioria absoluta e os sociais-democratas assinaram um entendimento de incidência parlamentar com o PAN.
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