Esta foi a mensagem deixada por Élvio Sousa, candidato de um partido descrito como "genuinamente regional" e o terceiro mais votado na Madeira, com cinco deputados, numa iniciativa da campanha no concelho da Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, para a qual não foi convocada a comunicação social.
Numa nota divulgada esta tarde, pode ler-se que o também deputado regional "reafirmou o compromisso do JPP em combater a corrupção e o compadrio, destacando que o Juntos Pelo Povo tem sido o partido mais eficaz na fiscalização ao atual Governo Regional, do PSD e CDS, com o apoio do PAN".
Salientando que o JPP está "desvinculado dos partidos e interesses centralistas", o secretário-geral desta força política -- um antigo movimento cívico que nasceu e está no poder no concelho de Santa Cruz - defendeu que "a escolha deve recair sobre um partido verdadeiramente da Madeira", representante de "todos os madeirenses e porto-santenses".
Élvio Sousa falou de várias medidas do programa da candidatura, mencionando, entre outras, a fixação de uma estrutura do executivo insular com cinco secretarias e a redução das despesas de funcionamento.
Outra bandeira do partido é "ter um ferry negociado com Canárias", além da abertura de um concurso público internacional para a operação portuária, com o objetivo de baixar preços e, assim, reduzir o custo de vida.
O candidato censurou aquilo que considera ser "as mordomias" existentes no arquipélago, como a acumulação de reformas com vencimentos na política, comprometendo-se a acabar com "essa vergonha que existe pela não revisão do Estatuto [Político-Administrativo] há mais de 20 anos".
"Vamos definir um regime de incompatibilidades e impedimentos, algo que este governo prometeu em 2015 juntamente com o CDS e não cumpriu", afirmou, citado na nota.
Élvio Sousa condenou, por outro lado, o que considera ser "atitude arrogante" de outros partidos na campanha.
"É momento também para mostrar que o JPP, ao contrário de outros partidos, não está com manias de grandezas que veem a escolha política na Madeira como uma disputa entre PS e PSD. Essa é uma postura de falta de humildade e de submissão aos partidos centralistas, que continuam a escravizar o povo da Madeira", sublinhou.
As eleições antecipadas de 26 de maio ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Há 14 candidaturas a disputar os 47 lugares do parlamento: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
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