"Não é aceitável que o presidente da AR não se demarque de Ventura"
Para Ana Gomes não se trata de "cortar a liberdade de expressão", trata-se demarcar-se de um "ataque estigmatizado, preconceituoso e instigador do ódio".
© RTP
Política Ana Gomes
Ana Gomes analisou, este domingo, no seu espaço habitual de comentário na SIC Notícias, o tema que polarizou a sociedade na semana passada: a postura do presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, no Parlamento, depois de não ter repreendido André Ventura, que disse que o povo turco era "pouco trabalhador".
Para a socialista, "é claro" que Aguiar-Branco devia ter censurado o líder do Chega. "Não só porque aquilo que André Ventura disse é completamente ignorante, contrário à realidade, e as estatísticas da União Europeia, da OCDE, do Banco Mundial, mostram-no. Como de facto estigmatizar todo um povo é, no fundo, um processo que gera os discursos de ódio, a discriminação xenófoba e é exatamente disso que nós estamos neste momento a queixarmos, que está em curso por todo o mundo, esta polarização doentia que leva a que haja ataques", justificou, recordando o ataque ao primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, "que é um populista, amigo de Putin, que andou justamente a semear estes ventos e agora o feitiço virou-se contra o feiticeiro".
Na opinião de Ana Gomes, "não é aceitável que o presidente da Assembleia da República não se demarque deste indivíduo", uma vez que "não se trata de cortar a liberdade de expressão", "nem se quer está em causa um caso de difamação", trata-se de barrar "um ataque estigmatizado, preconceituoso e instigador do ódio". "Por isso, o presidente da Assembleia da República tinha, pelo menos, de condenar o deputado, demarcar-se", concluiu.
Leia Também: "Turcos" de Ventura dão bilhete para "linha vermelha" a PAR. Que se diz?
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com