O plano contém "várias medidas bastante adequadas e que provavelmente vão trazer aqui alguma acalmia a toda esta situação relativa à imigração", afirmou a cabeça de lista da Nova Direita às eleições europeias de 9 de junho.
Numa ação de campanha na Universidade de Évora, ao final desta tarde, onde a delegação do partido foi recebida por elementos da reitoria da academia alentejana, Ossanda Líber reagia aos jornalistas ao Plano de Ação para as Migrações, que contém 41 medidas e foi apresentado hoje pelo Governo.
Na apresentação, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, rejeitou qualquer ligação entre imigrantes e aumento da criminalidade, mas disse que Portugal tinha uma legislação que permitia abusos nas entradas.
Questionada pelos jornalistas, a líder da Nova Direita corroborou que a atual legislação sobre esta matéria permitia "abusos e abusos de várias ordens".
"Tive pessoas e vi pessoas ao redor que infelizmente abusavam e que, de facto, vinham para cá, faziam aquele tempo necessário para depois terem o cartão de residente e, depois, iam trabalhar para o resto da Europa. Portanto, nós estávamos a servir de porta de entrada para o resto da Europa e não estávamos a beneficiar efetivamente destas pessoas", argumentou.
Questionada sobre o facto de, através deste plano, o Governo acabar com o regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência, Ossanda Líber diss concordar.
"Agrada-me bastante, agrada à Nova Direita, porque era uma das nossas propostas, a de haver uma garantia de que os imigrantes vêm cá e têm condições para morar, têm condições para trabalhar e que, de facto, de certa forma, o Governo tem alguma coisa a dizer, o país tem alguma coisa a dizer sobre a pertinência destes imigrantes. Isto é fundamental", congratulou-se.
O plano apresentado pelo Governo implica que, a partir de agora, já não seja possível a um estrangeiro com visto de turista tratar da sua regularização em Portugal, necessitando de um contrato de trabalho ou de outra solução tratada previamente na rede consular portuguesa.
A cabeça de lista da Nova Direita às europeias elogiou ainda o tratamento dado aos cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no âmbito deste plano do Governo, que vai "ao encontro de uma outra proposta" do partido que lidera.
A medida do executivo da AD vai "no sentido de dar prioridade e um tratamento diferente aos cidadãos do eixo histórico de Portugal, no caso os países da CPLP, que são uma exceção, pelo que estive a ver".
"Esta é uma medida muito nova, acabei de tomar conhecimento, mas realmente [estes cidadãos] têm tratamento diferenciado", o que se justifica porque "a proximidade cultural deve ser um critério" e permite "ultrapassar obstáculos, desde logo linguísticos, que são muito importantes para a integração dos imigrantes", disse.
Em Portugal, as eleições europeias, nas quais serão eleitos 21 dos 720 eurodeputados, realizam-se a 09 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.
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