"Não estão a decorrer". PS nega estar a negociar Orçamento

PS diz que não há negociações em curso e critica o Executivo da Aliança Democrática, que acusa de ter como único objetivo alcançar "benefícios eleitorais de curto prazo".

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Carmen Guilherme com Lusa
27/08/2024 18:53 ‧ 27/08/2024 por Carmen Guilherme com Lusa

Política

PS

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, rejeitou, esta terça-feira, a existência de qualquer acordo com o Governo para aprovação do Orçamento do Estado para 2025, tal como foi sugerido pelo líder do Chega, referindo ainda que "as negociações não estão a decorrer". O socialista deixou também críticas ao Executivo, que diz não estar "preocupado" com a negociação do documento. 

 

Durante uma visita à Feira Agrival, em Penafiel, Pedro Nuno Santos foi confrontado com as palavras de André Ventura, que ontem abriu a possibilidade de existir um acordo secreto entre o Governo e o PS para a aprovação do Orçamento do Estado, quando lamentava a falta de proatividade do Executivo para negociar. 

"Não existe [acordo]. As negociações não estão a decorrer, isso que fique claro", disse o líder socialista, em declarações aos jornalistas. 

"O Governo parece estar muito mais preocupado em usar a boa situação orçamental que herdou do Governo do PS para fazer campanha do que procurar negociar de forma ativa, séria, responsável, com os partidos, para assegurar a aprovação do Orçamento", criticou.

Para o secretário-geral do PS, as "preocupações do Governo não são as corretas".

"O Governo não esta preocupado com a adoção de medidas estruturais que ajudem o país a desenvolver-se, a pensar no futuro. Temos um Governo muito preocupado com medidas conjunturais, com um um único objetivo, cada vez mais claro para todos, de ter benefícios eleitorais de curto prazo", apontou.

Pedro Nuno Santos disse ainda que, "neste momento, não há nenhuma reunião marcada" com o primeiro-ministro, Luís Montenegro. 

"O Governo não me parece preocupado com a negociação de um Orçamento que tem de ser entregue daqui a pouco mais de um mês", atirou, reforçando que é um Executivo preocupado com umas "eventuais eleições" e que não merece "ser premiado". 

O socialista defendeu que a direita tem maior responsabilidade na aprovação do Orçamento.  "A direita é maioritária em Portugal, por isso a responsabilidade maior no que diz respeito ao orçamento é da direita. A direita que tenha a capacidade de se entender e que mostre o seu sentido de responsabilidade e de estar à altura do momento político", afirmou, insistindo que, face ao Governo PSD/CDS, a distância é grande, "muito maior do que com o Chega ou com a Iniciativa Liberal".

Para o líder do PS, as medidas mais impactantes deste Governo para o próximo orçamento, nomeadamente de âmbito fiscal, têm o apoio, pelo menos parcial, do Chega e da Iniciativa Liberal e tem a "oposição frontal do Partido Socialista".

Recorde-se que, ontem, numa visita ao mesmo local, o presidente do Chega lamentou que não esteja a haver da parte do Governo proatividade para uma negociação do Orçamento, sinalizando que começa a escassear o tempo para um entendimento.

Reconhecendo que "o país não merece, nem precisa de uma nova crise política", André Ventura avançou aos jornalistas uma explicação para a postura do Governo: "Ou já há um acordo o PS e nós não sabemos, ou o Governo não está empenhado em ter um Orçamento do Estado aprovado, porque quer provocar eleições e uma crise política".

[Notícia atualizada às 21h07]

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