O Bloco de Esquerda entregou esta manhã uma denúncia na PGR, relacionada com um navio a circular com bandeira portuguesa que foi impedido de entrar nos portos da Namíbia por transportar armas destinadas às forças militares israelitas.
Segundo Mariana Mortágua, trata-se de "uma denúncia muito simples" que visa desafiar a "PGR para que possa intervir e garantir que o direito internacional é garantido pelo Estado".
"Há um navio que tem uma bandeira portuguesa, registado na Madeira, e Portugal é responsável por garantir a legalidade deste navio", disse a coordenadora do Bloco de Esquerda referindo-se ao cargueiro Kathrin.
Mariana Mortágua salientou que a embarcação em causa transportava "explosivos para Israel" e que Portugal tem de "retirar o pavilhão ao navio (ou seja, a bandeira) ou garantir que não há explosivos dentro deste barco".
Caso isso não aconteça, salientou, "Portugal é responsável por aquele navio" e pode ser acusado de ser "cúmplice de genocídio na Palestina", segundo já alertou uma relatora das Nações Unidas.
"Portugal é responsável por aquele navio", reforçou, lembrando que, em causa, está "o cumprimento do direito internacional e das convenções internacionais".
O cargueiro em questão transporta oito contentores de explosivos Hexogen/RDX e 60 contentores de TNT com destino a Israel, que deverão ser descarregados em Koper, na Eslovénia.
No final do mês de agosto, após questões levantadas pelo BE, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que o navio cargueiro Kathrin tem pavilhão português mas é alemão e "não vai para Israel", assegurando que a embarcação tem como destino dois portos, na Eslovénia e no Montenegro.
"O ministro [Paulo Rangel] escolheu uma versão dos factos que oculta a real intenção daquele navio, que oculta a bandeira portuguesa daquele navio e que aquele navio transporta uma carga que se destina ao exército israelita", acusou a coordenadora do BE.
Mariana Mortágua disse ainda que "o navio vai para a Eslovénia, mas os explosivos que estão dentro daquele navio têm uma guia de destino até Israel" e serão "usados na fabricação de armas".
[Notícia atualizada às 13h36]
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