A antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, lamentou, na quinta-feira, em entrevista à SIC Notícias que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE205) não inclua uma maior descida do IRC, como pretendia o Governo PSD/CDS.
Na opinião da antiga ministra das Finanças, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, cometeu um "erro estratégico" e vai sair mesmo "prejudicado" por afirmar "de forma tão categórica a sua repulsa por uma redução do IRC".
"Quando há um candidato a primeiro-ministro que não aceita a redução do imposto e tem uma repulsa tal que diz que é só uma vez e nunca mais, já está a anunciar que, quando vier outro governo, [o IRC] vai aumentar. É um erro estratégico. Acho que o prejudica", determinou Ferreira Leite.
Para a também antiga líder do PSD, a medida iria melhorar a competitividade das empresas, "o grande problema de Portugal e que “impede o crescimento [do país] e tem levado ao seu empobrecimento".
Quanto ao IRS Jovem, Ferreira Leite revela que não ficou "incomodada" essa cedência do Executivo ao PS, defendendo, contudo, que não são os impostos a impedir os jovens de emigrar, mas sim a "perspetiva de futuro".
A antiga governante social-democrata não acredita num eventual chumbo do OE2025, uma vez que "ninguém poderá desejar esse mal ao país".
Já sobre as acusações do líder do Chega, que acusa o primeiro-ministro de mentir e esconder convites ao Chega para integrar o Governo, Ferreira Leite argumentou que "nem os apoiantes do Chega acreditam no que ele está a dizer".
"É verdadeiramente um elemento de distração e não da discussão que interessa para o Orçamento", concluiu.
Leia Também: Acusações 'assombram' OE. Que se passa entre Montenegro e Ventura?