Um dos temas com principal destaque nestas moções, que serão votadas no domingo, é a imigração, com a líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, o vice-presidente da Assembleia da República Rodrigo Saraiva e a deputada Joana Cordeiro a assinarem uma moção que defende que o foco das propostas seja "o da integração, em vez da exclusão e da segregação".
"A IL, em matéria de imigração deve, por princípio, apresentar propostas que permitam conciliar liberdade e responsabilidade, sem castrar sonhos, dando a qualquer ser humano um tempo razoável para encontrar um meio de sustento que lhe permita reconstruir a sua vida em Portugal", lê-se nesta moção, que acrescenta que a IL deve excluir "qualquer fator discriminatório" ou "visão instrumental dos seres humanos" nas suas propostas.
Os deputados Bernardo Blanco e Mário Amorim Lopes assinam uma moção que defende que a IL deve focar-se mais na segurança, numa altura em que e apresentar uma "visão clara sobre o tema", sem cair na "apatia centrista ou berraria populista".
Bernardo Blanco é um dos membros mais ativos na elaboração destas moções setoriais, sendo um dos primeiros signatários em seis, entre as quais a "Moção 6 - Afuera, menos Estado, mais liberdade", que defende a necessidade de se implementar em Portugal políticas inspiradas "no movimento cultural (...) protagonizado pelo Presidente argentino, Javier Milei".
Os signatários desta moção - que incluem também o atual dirigente António Costa Amaral - defendem que, no próximo mandato de dois anos, a IL deve elaborar um "plano reformista" que inclua uma lista de "leis e regulamentos a revogar, entidades e organismos a extinguir, cargos diretivos e políticos a eliminar, e reforma e redução da administração pública".
Além de segurança e imigração, Bernardo Blanco assina ainda outra moção em que defende a "modernização profunda da máquina do Estado com inteligência artificial", através da sua utilização na justiça, educação ou saúde, num foco na transformação digital que parece ser transversal a vários membros da IL.
O fundador da IL e antigo candidato à Câmara Municipal de Lisboa, Bruno Horta Soares, é, por exemplo, o primeiro signatário de uma moção em que considera que "a semana de quatro dias (ou menos) é o futuro" e será um "resultado natural" caso se promova a adoção da inteligência artificial e se crie um "ambiente fiscal favorável" à sua implementação nas empresas.
Além destas propostas mais dedicadas a setores específicos, há também quem tenha elaborado moções sobre questões internas, em particular no que se refere à política de alianças nas próximas eleições autárquicas.
Assim, na "Moção 21 - O futuro das nossas cidades exige coragem e liberdade, não coligações", 28 membros da IL defendem que o partido não deve integrar qualquer coligação pré-eleitoral em Lisboa, Braga ou Porto e pedem que qualquer entendimento seja submetido à votação prévia do Conselho Nacional.
O interior do país e a coesão territorial é uma preocupação transversal a várias moções, entre as quais a "Moção 6 - Revitalizar o interior: descentralizar, desburocratizar e desenvolver", que propõe a criação de zonas económicas especiais em distritos como Viseu, Guarda, Vila Real, Castelo Branco e Bragança.
Já o deputado da IL no parlamento regional da Madeira Nuno Morna é o primeiro signatário de uma moção (igualmente subscrita pelo vice-presidente da Assembleia da República Rodrigo Saraiva) que pede uma "nova visão para a autonomia" do arquipélago, propondo a extinção da figura do representante da República ou uma redução de 30% no IRC, IRS e IVA.
A IX Convenção Nacional da IL realiza-se este fim semana no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, com 1.545 membros inscritos.
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