Guarda, 29 jan 2025 (Lusa) -- O presidente da concelhia do PSD da Guarda pediu hoje desculpas ao jornal online Observador pela "similaridade de imagem" usada numa publicação na sua página de Facebook sobre a candidatura de Ana Mendes Godinho à Câmara de Sintra.
O Observador denunciou esta quarta-feira que a secção guardense do PSD "adulterou" a "notícia original" publicada na véspera no site do jornal, à qual foram acrescentados "conteúdos falsos para atacar Ana Mendes Godinho".
"O PSD/Guarda utilizou abusivamente o logótipo do Observador e criou um conteúdo falso", que esteve publicado "durante 20 horas" e foi retirado "minutos depois" de um dos vice-presidentes da concelhia ter sido contactado pelo jornal online, escreve ainda o Observador.
Contactado pela agência Lusa, Júlio Santos, líder da Comissão Política Concelhia social-democrata, adiantou que já pediu desculpas pelo sucedido e justificou a situação dizendo que "muitas vezes, recebemos imagens, mensagens, e publicamos, tal como faz a maioria das pessoas".
O dirigente esclareceu que não foi ele o autor da publicação. "Quem está a gerir essa página é um rapaz da concelhia, que tem feito o trabalho bem -- não digo que este fosse mal feito, mas ele acabou por partilhar", afirmou.
"Alertado pelo Observador, o meu vice-presidente mandou, automaticamente, retirar aquilo", acrescentou Júlio Santos, que disse discordar do jornal online "quando diz que foi o PSD que manipulou".
O dirigente do PSD disse ainda que a concelhia da Guarda iria "pedir desculpas publicamente, no Facebook", o que aconteceu ao final da tarde de hoje.
Na referida publicação lê-se que, "face à publicação que foi efetuada ontem por esta concelhia, somos a esclarecer que recebemos diariamente centenas de links, imagens, mensagens, sobre as mais variadas temáticas".
"De entre muitas missivas que recebemos ontem, acabámos por publicar uma imagem que não fazia alusão, continha "lettering" ou logótipos que indicassem a propriedade da mesma, pelo que negamos a utilização de qualquer logótipo, bem como rejeitamos a autoria de qualquer adulteração", invoca o PSD da Guarda.
"Contactados pelo órgão de comunicação procedemos de imediato à retirada da referida imagem. Posteriormente, o presidente desta secção esclareceu telefonicamente a questão, tendo apresentado as devidas desculpas pela similaridade da imagem", conclui a mensagem.
Para o Observador, o assunto "está encerrado", disse à agência Lusa Sara Antunes de Oliveira, subdiretora do jornal online.
"Detetámos a situação, chamámos os autores à atenção, alertámos os nossos leitores, a publicação foi apagada e houve um pedido de desculpas: assunto encerrado", sintetizou a jornalista.
Já, para a Federação da Guarda do PS, a Distrital do PSD deve esclarecer "se as redes sociais da concelhia da Guarda foram alvo de um ataque informático ou se o seu presidente, Júlio Santos, atual diretor executivo do Centro de Competências para a Economia Social, patrocinou este ato de desinformação".
Num comunicado enviado à agência Lusa, a estrutura distrital socialista, liderada por Alexandre Lote, considera que "tal comportamento é inaceitável e revela a sua [Júlio Santos] impreparação para liderar qualquer estrutura no panorama político".
O PS guardense considera que a notícia foi "manipulada de forma infantil e irresponsável", numa atitude que "demonstra, mais uma vez, a falta de preparação e respeito da concelhia do PSD da Guarda pelos princípios básicos de relacionamento e urbanidade que devem reger a atuação política".
LYM // JEF
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