ADN/Madeira diz que campanha foi "muito fraca", o que promove abstenção

O cabeça de lista da Alternativa Democrática Nacional (ADN) às eleições de domingo na Madeira, Miguel Pita, considerou hoje que a campanha eleitoral foi "muito fraca", com foco na ofensa pessoal, uma situação que apenas provoca abstenção.

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Lusa
20/03/2025 12:46 ‧ ontem por Lusa

Política

Madeira

"A campanha foi muito pobre, muito fraca, apostou-se muito na ofensa pessoal, vimos cartazes que não cativam o eleitorado", disse o candidato os jornalistas numa iniciativa no centro do Funchal.

 

Segundo o responsável do ADN, o objetivo das campanhas eleitorais é "conquistar a abstenção", mas o que está a acontecer nesta em curso é o inverso, está a "provocar abstenção".

"Começo a pensar que esta campanha de muito baixo nível foi mesmo a pensar na abstenção. Cabe-nos a nós ir contra essa maré", sustentou.

A candidatura do ADN esteve hoje em frente à Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira para destacar que existe "um impasse negocial no que diz respeito aos salários dos funcionários da hotelaria".

Segundo Miguel Pita, o Governo Regional (PSD) já deveria ter tido uma intervenção neste impasse negocial entre a Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), que representa os patrões e o sindicato do setor.

"O Governo alega que não pode (...). Mas a verdade é que existem mecanismos legais, neste caso, a portaria de extensão, que permite ao Governo [Regional] decretar o aumento salarial para a Hotelaria sem ter de esperar que houvesse uma negociação, uma concordância entre a ACIF e o sindicato", declarou.

Miguel Pita também opinou que existe um menosprezo pelos funcionários da hotelaria, argumentando que, "enquanto nos últimos 10 anos, o salário médio na hotelaria aumentou apenas 30%, o salário mínimo nacional aumento 80%".

"Destes 30 para 80%, podemos ver que esta classe muito importante para o motor económico da Madeira está a ficar para trás, ou seja, o aumento de turismo não reflete o aumento de receita dos funcionários", acrescentou.

O candidato ainda mencionou que os jovens que estão a estudar para ingressar na hotelaria, devido a esta situação, não sentem a "motivação necessária para aderir a este setor profissional, o que faz abrir as portas para a imigração, que explora e bem essa lacuna".

Por isso, temos "os indianos e os asiáticos a entrarem no mercado de trabalho, comprometendo a qualidade do nosso turismo regional".

Questionado sobre as sondagens publicadas nos jornais regionais, uma dando a maioria absoluta e outra relativa ao PSD, Miguel Pita considerou que evidenciam que "os madeirenses estão acomodados a esta realidade, o que não é muito bom".

As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

[Notícia atualizada às 13h05]

Leia Também: Madeira. CDU quer dar voz a quem está em sítios fora do mapa político

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