Ventura acusa Albuquerque de "enriquecer de forma miraculosa e suspeita"

As eleições na Madeira realizam-se no domingo, depois de uma moção de censura derrubar o governo regional, liderado por Miguel Albuquerque. O presidente do Chega, que apresentou essa moção, não acredita que o Partido Social tenha uma maioria absoluta e aponta que esse cenário seria "uma derrota" para o partido que lidera.

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Notícias ao Minuto com Lusa
21/03/2025 16:12 ‧ há 11 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Madeira

O líder do Chega, André Ventura está esta sexta-feira numa arruada no Funchal, na Madeira, no âmbito das eleições que se realizam já no domingo. Questionado sobre a apresentação da moção de censura na região, que fez cair o governo regional e colocou de novo os madeirenses e porto-santenses a ir às urnas, Ventura negou que o Chega fosse o partido da instabilidade.

 

"Não, o Chega é o partido da luta contra a corrupção [...]. Sabemos que [Miguel Albuquerque] enriqueceu de forma miraculosa e suspeita no exercício da função de governante."

Ventura afirmou ainda que o partido que lidera não podia continuar com "este ciclo", em que se "enrique ou acaba com dívidas de forma estranha". "E, sobretudo, não tem uma explicação para dar aos seus eleitores. Há suspeitas de corrupção, mais graves do que há um ano", afirmou Ventura.

Lembrando a operação na Madeira, em outubro passado, como "uma das maiores de sempre" na região, Ventura defendeu que só exigiu explicações. "Miguel Albuquerque optou por não dizer nada. Uma espécie de Luís Montenegro, num  grau pior, digamos assim. O Chega, perante isto, tomou a única atitude que face à nossa identidade, podia ser tomada. Quando não há um combate a sério à corrupção, quando as pessoas estão num nível suspeito elevado, connosco não passam. Têm de dar explicações", atirou.

E ventura continuou a falar de Albuquerque, que foi constituído arguido no âmbito da operação em causa, reforçando: "Não só enriqueceu uma série de grupos económicos à volta dele, como se enriqueceu a ele próprio."

Questionado sobre se os votos do Chega forem necessários para dar uma maioria ao Partido Social Democrata, liderado por Albuquerque, Ventura foi assertivo: "O PSD tem de limpar a casa [...]. Nunca vamos fazer nenhum acordo com um partido corrupto como o PS [...]. O Chega aceitará fazer parte da solução e não do problema, contando que os partidos façam o seu trabalho [pensando no interesse público e não privado]."

Face à possibilidade de Albuquerque voltar a ganhar as eleições, e questionado sobre a legitimidade que o Chega teria para exigir a saída de Albuquerque, Ventura falou em Hugo Chávez [Venezuela] ou o presidente do Brasil, Lula da Silva, para dizer: "Também ganham eleições. Quer dizer que é menos corrupto? Não."

E da Madeira até ao continente, das regionais às legislativas, Ventura voltou a falar no primeiro-ministro: "Não é por ter mais ou menos votos que isto fica branqueado. O mesmo vale para Luís Montenegro, em relação à governação do país. Não é por ele ter mais votos que o que fez na sua empresa enquanto era primeiro-ministro está branqueado. Não está. Se derem uma maioria clara a Miguel Albuquerque, isso seria para o Chega uma derrota. [Mas] Não acredito que alguém suspeito de corrupção, de desviar dinheiro público, vai ganhar eleições. Não acredito que no domingo os madeirenses e porto-santenses dão uma maioria absoluta ao PSD."

Ventura vincou que o partido está unido para as eleições regionais de domingo, as terceiras em cerca de um ano e meio, considerando que marcam um pontapé de saída para os restantes cenários eleitorais do ano.

"Eu acho que o que vai acontecer na Madeira no domingo é histórico a todos os níveis, histórico num ponto de vista até macro, digamos assim, de uma mudança no nosso paradigma", afirmou.

André Ventura rejeitou que o partido vá ser penalizado nas urnas por ter apresentado a moção de cesnura que causou a queda do governo regional, explicando: "Tudo na rua hoje mostra que não vamos ser penalizados e que as pessoas ainda vão aumentar o apoio ao Chega e isso vai mudar a história política portuguesa destas décadas para a frente."

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.

[Notícia atualizada às 18h21]

Leia Também: BE diz que "está à beira" de regressar ao parlamento na Madeira

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