"Dia 23 de março será o 'dia D' para a nova aragem na democracia da Madeira. Pela primeira vez, o JPP, uma frente cívica, pode destronar um Governo de 48 anos do mesmo partido, que já perdeu a maioria em 2019", afirmou Élvio Sousa, em declarações aos jornalistas durante uma arruada no centro do Funchal.
Apelando a todos os portugueses da Madeira e do Porto Santo para irem votar no domingo, o candidato reconheceu não saber se o JPP, que tem nove deputados no parlamento regional, conseguirá pela primeira vez ultrapassar o PS, que ocupa 11 dos 47 lugares do hemiciclo madeirense.
"Estou a pedir uma maioria reforçada de confiança para o partido da Madeira. Há mais vida para além do PS e do PSD", insistiu, reforçando que nada melhor do que "um partido da Madeira para um mundo novo" no arquipélago.
Em jeito de balanço, Élvio Sousa destacou a "campanha extremamente positiva" que o JPP fez ao longo das duas últimas semanas, recusando entrar em "linguagem baixa" e apresentando soluções para "a saúde, a área do custo de vida, mais oportunidades para os jovens, melhores salários, oportunidades para as empresas, apoio ao tecido empresarial, mais saúde, mais habitação".
"A Madeira precisa de um Governo que veja o presente e o futuro, não que esteja focado no passado", defendeu, lembrando que o JPP é ainda um partido relativamente novo, que tem na sua génese um movimento de cidadãos que surgiu no concelho de Santa Cruz.
Na estreia em regionais, em 2015, o JPP elegeu cinco deputados, mas quatro anos depois o grupo parlamentar do Juntos Pelo Povo ficou reduzido a três elementos.
Nas regionais de 2023, recuperou os dois lugares perdidos, voltando a ter uma bancada com cinco deputados, e nas eleições antecipadas de maio de 2024 reforçou a votação e obteve o seu melhor resultado, assegurando nove lugares e tornando-se na terceira força partidária mais votada, depois de PSD (19 deputados) e PS (11 deputados).
O JPP governa o concelho de Santa Cruz desde 2013, depois de ter afastado o PSD, que detinha a liderança autárquica deste município contíguo a leste do Funchal desde 1976.
"Somos parlamentares mais de terreno do que de hemiciclo, quando chegámos ao parlamento, não tínhamos experiência anterior. Nunca fui um político profissional, sou um fruto da cidadania, [...], não fizemos carreirismo de juventude partidária", acrescentou Élvio Sousa.
Às legislativas de domingo da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, concorrem 14 candidaturas que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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