O primeiro-ministro e líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, reagiu, esta sexta-feira, a uma sondagem que dá a vitória à Aliança Democrática (AD) nas próximas eleições legislativas, marcadas para 18 de maio. Para o social-democrata, trata-se de uma "sondagem encorajadora", mas sublinhou que é apenas "uma sondagem".
"A sondagem é encorajadora, mas é uma sondagem. Ao longo da minha vida política, disse sempre uma coisa sobre sondagens: não me deprimo quando são más, nem fico deslumbrado quando são boas", começou por afirmar em declarações aos jornalistas, em Vila Real.
O ainda primeiro-ministro disse que tem agora "como obrigação" esclarecer "os portugueses e portuguesas" sobre o "propósito da candidatura" da AD e "dar argumentos para que a sua decisão - que é soberana - possa recair nessa candidatura".
"Espero que tenhamos uma caminha onde os portugueses e portuguesas possam discernir e distinguir aquilo que diferencia os candidatos e os projetos. Nós temos estes 11 meses de trabalho governativo para mostrar aos portugueses e portuguesas do que é que somos capazes e para projetarmos aquilo que ainda podemos fazer no futuro", adiantou.
Luís Montenegro defendeu que os cidadãos "já perceberam muito bem o que é que aconteceu" em relação à polémica da sua empresa familiar, a Spinumviva, e que "sabem muito bem que têm um primeiro-ministro em quem podem confiar" porque "foi uma boa governação para a vida das pessoas".
"Não vou desperdiçar nenhum segundo nem nenhuma gota de esforço para deixar de dar aos portugueses e portuguesas argumentos para confiarem neste projeto e neste primeiro-ministro", atirou.
O líder dos sociais-democratas, que se autodescreveu como o "primeiro-ministro mais escrutinado de sempre", sublinhou que os eleitores "têm todos os elementos para ponderar aquilo que é o melhor projeto e a melhor liderança política".
"É nisso que me vou concentrar e vou concentrar-me com todas as minhas forças. Estou muito motivado", atirou.
De acordo com uma sondagem do ICS/ISCTE para a SIC e Expresso, a AD, liderada por Luís Montenegro, soma 20% das intenções de voto nas eleições legislativas de 18 de maio, ao passo que o Partido Socialista se fica pelos 15%. Segue-se o Chega com 9% e a Iniciativa Liberal (IL) com 4%.
Por seu turno, a CDU, Livre e o Bloco de Esquerda (BE) reúnem, cada um, apenas 1% das intenções de voto, enquanto o PAN tem menos de 1%.
A sondagem dá ainda conta que 2% tenciona votar nulo ou em branco e que 8% se irá abster. No entanto, a liderar estão os indecisos, com 39% dos inquiridos a afirmar que ainda não sabem em quem votarão.
A crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que entretanto passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.
O texto foi rejeitado com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.
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