"Pode acontecer. De facto eleições muito repetidas acabam por também saturar a própria população", disse o almirante, durante a primeira iniciativa da associação Honrar Portugal, em Arouca, no distrito de Aveiro.
Gouveia e Melo admitiu haver algum descontentamento no processo democrático, tendo em conta o "alheamento que a população vai tendo de forma gradual das próprias eleições", adiantando que é preciso evitar isso para que a democracia não seja pouco representativa.
"A abstenção significa que há um conjunto elevado de portugueses que não acha útil ir demonstrar a sua opinião no processo democrático e isso de alguma forma mostra alheamento e desinteresse desse processo democrático. Esse desinteresse é muito preocupante para todos nós", afirmou.
Citando o ditado popular que diz que não adianta chorar sobre o leite derramado, o almirante disse que agora é preciso olhar para as eleições legislativas que se avizinham.
"O nosso futuro imediato são eleições legislativas para ter uma Assembleia da República e um Governo que tenha capacidade e credibilidade para governar que é isso que todos os portugueses desejam neste momento", referiu.
Gouveia e Melo disse ainda esperar que a luta "muito mesquinha político partidária" a que temos assistido seja substituída por "uma luta por verdadeiras ideias de como é que vamos desenvolver Portugal".
"Temos um problema de desenvolvimento económico e de segurança internacional que nos pode afetar e esses são os problemas que verdadeiramente temos de discutir a partir de agora", vincou.
Gouveia e Melo participou hoje na primeira iniciativa da associação cívica Honrar Portugal, que foi constituída para promover a concretização da sua candidatura a Presidente da República.
Entre os apoiantes desta associação, estão o ex-presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim, o ex-ministro da Administração Interna Ângelo Correia, o ex-líder parlamentar social-democrata Adão Silva, os presidentes das câmaras de Cascais, Carlos Carreiras, e de Oeiras, Isaltino Morais, ou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz.
É ainda apoiada pelo antigo líder do CDS Francisco Rodrigues dos Santos, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada Melo Gomes, o ex-presidente da Câmara de Cascais António Capucho, o conselheiro nacional do PSD André Pardal ou o ex-Diretor-Geral da Saúde Francisco George.
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