Esta sexta-feira fica marcada por uma troca de farpas entre o Ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e o líder da Oposição, Pedro Nuno Santos. As declarações surgem depois de o governante social-democrata pedir aos socialistas (com a mira em Pedro Nuno), que se "retratassem das insinuações e suspeitas que lançaram", no âmbito da Spinumviva, empresa que pertencia ao primeiro-ministro e cujas dúvidas em torno da mesma acabaram por resultar na queda do Governo.
Quem disse o quê?
António Leitão Amaro
António Leitão Amaro considerou que atualmente já se estava numa fase em que "depois de semanas de insinuações" as suspeitas neste âmbito já foram "desmontadas uma a uma e mostradas como falsas."
"Hoje sabemos que a palavra do primeiro-ministro era verdadeira e que as insinuações do líder do Partido Socialista eram falsas", acrescentou, recordando que "foi conhecida uma reportagem que demonstrou cabalmente e definitivamente que o líder da Oposição faltou à verdade nas insinuações que fez quando dizia que o primeiro-ministro tinha tido uma empresa de fachada e sem atividade", numa referência ao trabalho do jornal Observador, que pormenoriza a existência de trabalhos regulares da empresa, em particular ao grupo hoteleiro e de casinos Solverde.
"Nessa reportagem séria de um órgão de comunicação social com acesso a documentação, ficou demonstrado que sim, aquilo era uma empresa e uma empresa real, com atividade real, com colaboradores reais, a prestarem serviços que até não são especialmente caros para o mercado", afirmou o ministro.
O pedido foi novamente feito através das redes sociais:
Têm-se mostrado falsas, uma após a outra, as suspeições lançadas por dirigentes políticos sobre o Primeiro-Ministro: a imobilária e lei dos solos, a empresa “de fachada”, os apartamentos, o traçado do TGV…
— António Leitão Amaro (@Leitao_Amaro) March 21, 2025
Começa a ser tempo de @PNSpedronuno se retratarhttps://t.co/dpFDj6aU6o
Pedro Nuno Santos
Face ao pedido de Leitão Amaro para que se retratasse, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre o assunto quando fazia declarações em conferência de imprensa, na sede nacional do PS, em Lisboa.
O secretário-geral do partido começou por referir que houve uma "reação organizada e entusiasmada" de dirigentes do PSD à notícia em causa que "supostamente encerraria o tema", sublinhando que não fazia "nenhum juízo sobre a notícia".
Pedro Nuno falou ainda da tentativa de fazer uma "espécie de comissão privada de inquérito, que não é feita com o PS", mas sim, neste caso, "é feita com o órgão de comunicação social". O líder socialista considerou mesmo que "achar que essa notícia encerra um tema é não perceber mesmo nada do que aconteceu."
"É curioso que muitos dirigentes do PSD sintam ou achem que nós todos devemos achar que estamos esclarecidos e que nos devemos retratar mesmo quando há uma falha clara na explicação e na prova daquilo que foi ou não feito", afirmou.
Recorde-se Presidente da República anunciou em 13 de março a marcação de eleições legislativas antecipadas para 18 de maio, na sequência da demissão do Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro imposta pela rejeição pelo Parlamento da moção de confiança ao executivo.
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