Em Vila Verde, distrito de Braga, onde participou numa conferência sobre 'O sistema parlamentar português e a construção de governos estáveis: saídas e bloqueios', Marques Mendes disse que aquele acordo teria de passar pela não apresentação de moções de censura e de confiança e pela negociação dos orçamentos do Estado.
"Esta é a minha proposta para o país, digo aqui a todos com esta clareza, talvez pela primeira vez, com esta clareza total. A minha proposta para o país é um acordo PS/PSD, chamado acordo para a estabilidade, que envolve o compromisso de não apresentar emoções de censura, não apresentar emoções de confiança e negociar os orçamentos", sublinhou.
Marques Mendes lembrou que "há o risco" de das Legislativas de maio voltar a sair um Parlamento está "muito dividido e fragmentado" e um governo "ultraminoritário".
"Há o risco de esta situação continuar no futuro. Ganhe quem ganhar as eleições, podemos continuar a ter eleições de ano em ano", vincou.
Por isso, considerou que o acordo entre o PSD e o PS, apesar de se afigurar difícil porque as posições estão extremadas, "é o mínimo para o país ter estabilidade".
"Sem estabilidade, o país não consegue criar riqueza, os salários não aumentam, os jovens continuam a sair de Portugal", alertou.
Para Marques Mendes, a crise política que redundou na marcação de eleições antecipadas "não agradou a nenhum português, da esquerda ao centro e à direita".
"Ninguém gostou da ideia de eleições, e com toda a razão. E pode haver um risco muito forte nas eleições do dia 18 de maio, que é de os portugueses, irritados, indignados como as eleições que não percebem, e eu compreendo-os, não irem votar", disse ainda, alertando que, com o aumento da abstenção, a democracia pode perder qualidade.
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