O histórico socialista Manuel Alegre defendeu, em entrevista à Antena 1, que "a democracia é um risco" e que "não devemos diabolizar as eleições porque elas só acontecem em democracia".
"A democracia é um risco. Nós não devemos diabolizar as eleições porque elas só acontecem em democracia. Em ditaduras também há crises, mas nunca há eleições e essas crises nunca são resolvidas por meio de eleições. Em democracia nós temos sempre o recurso das eleições. Podiam e deviam ser evitadas, em nome da estabilidade, mas a estabilidade não é um fim em si mesmo, é um instrumento", lembrou, acrescentando que, na sua opinião, "o único responsável destas eleições é o primeiro-ministro", Luís Montenegro.
O que preocupa realmente o antigo deputado do PS, é que o PSD venha a ter um líder que faça coligações com o Chega.
"Vejo alguns riscos, não sei qual vai ser o resultado [das eleições], não sei se a Aliança Democrática (AD) perder as eleições o atual líder se mantém e se vier outro líder, não irá acabar com o 'não é não' [...]. O risco maior que a democracia tem neste momento é o líder atual da AD ser substituído por um líder que venha fazer uma coligação com o Chega ou um entendimento e criar aqui uma coligação de Direita", notou.
Para Manuel Alegre isso é um grande risco para a democracia, ainda mais quando a Esquerda está "enfraquecida".
"Estando a Esquerda enfraquecida - Bloco de Esquerda, Partido Comunista e mesmo o Livre. Toda essa Esquerda junta não dá para que o PS possa ter uma geringonça de Esquerda hoje. O PS só pode vencer tendo ele próprio a maioria absoluta", concluiu.
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