"A era das maiorias absolutas na Madeira terminou. É fundamental garantir que haja partidos de construção, que estejam abertos ao diálogo e negociação, mas também devolver credibilidade política às instituições e é esse também o compromisso do PAN na próxima legislatura", afirmou Mónica Freitas, em declarações à Lusa no Funchal, junto à Sé, onde ao final da tarde estava a distribuir 'flyers' do partido.
Fazendo um balanço positivo da campanha para as eleições regionais antecipadas de domingo, que termina hoje, Mónica Freitas disse que o partido tentou passar pelo máximo de concelhos e freguesias, com uma "boa recetividade por parte da população", que reconhece o trabalho do PAN ao longo do último ano e meio no parlamento madeirense.
"Pretendemos continuar a ter representação parlamentar na Assembleia Legislativa Regional para darmos continuidade ao trabalho que iniciámos", apontou, referindo propostas como a criação de um hospital público veterinário e de "bonificações para o arrendamento a longo prazo".
"Acima de tudo, uma coisa que o PAN tem em qualquer parlamento em que esteja representado é que as pessoas reconhecem que somos efetivamente um partido de trabalho, somos um partido que apresenta propostas exequíveis, concretas, que vão ao encontro daquelas que são as necessidades da população, dentro das nossas causas", acrescentou.
O PAN elegeu pela primeira vez deputados à Assembleia Legislativa da Madeira em 2011, mas quatro anos depois integrou a coligação Mudança (PS/PTP/PAN/MPT) e perdeu a representação.
Em 2023, Mónica Freitas foi eleita pela primeira vez deputada, tendo celebrado um acordo parlamentar para assegurar a maioria absoluta da coligação PSD/CDS-PP.
Seis meses depois do acordo, a deputada única do PAN retirou a confiança política ao presidente do Governo Regional, o social-democrata Miguel Albuquerque, constituído arguido numa investigação sobre corrupção e que acabou por se demitir do cargo.
Às legislativas de domingo da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, concorrem 14 candidaturas que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo chefe de Estado.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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