"O cabeça de lista do partido está revoltado com o medo que se vive na Madeira", lê-se num comunicado da candidatura da Nova Direita divulgado no último dia da campanha eleitoral.
Embora sem ter divulgado agenda oficial, a candidatura indica que "iniciou hoje a fase final de intensa mobilização com uma concentração na Tecnopolo", no Funchal, tendo formado uma caravana que percorreu a baixa do Funchal, Caniço, Santa Cruz e Machico, reforçando a "presença da Nova Direita nas ruas" e promovendo "mais diálogo com a população".
No documento adianta que incentivou ao "voto consciente" dos madeirenses, alertando para "não se deixarem influenciar pelas sondagens", mas antes "saiam de casa para fazer a diferença nas urnas".
"A nossa missão hoje é simples: marcar presença, conversar com as pessoas e mostrar que a Nova Direita é a força alternativa de que a Madeira precisa para uma nova era", afirmou Paulo Azevedo, citado no comunicado.
Hoje à noite, a ND terá um jantar num restaurante do Funchal, para o qual revela ter "mais de 50 pessoas confirmadas", e que será um evento que visará "fortalecer a ligação com os eleitores e apoiantes" e será "uma oportunidade para discutir os desafios e as soluções que a Nova Direita propõe para o futuro da Madeira. Uma Madeira que tem de mudar".
Na opinião do cabeça de lista da Nova Direita, "os madeirenses têm "medo da mudança, porque grande parte trabalha para o Governo Regional, para as câmaras ou tem familiares diretamente ligados ao setor público. Existe um compromisso forçado, uma cultura de medo".
Paulo Azevedo acrescenta que "muitos madeirenses são ameaçados com a perda de empregos ou cortes na reforma se não votarem no Governo", sustentando que "isto não pode continuar".
A Nova Direita informa ainda que esteve em Câmara de Lobos e Ribeira Brava, tendo realizado "uma campanha focada em representar a população e oferecer alternativas concretas para o desenvolvimento da região e para um caminho de liberdade".
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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