Carlos Abreu Amorim reagiu às acusações feitas ao PSD e mostrou-se indignado com as diversas posições do Governo, acusando-o de não estar a agir de forma correta em relação ao momento trágico que o país vive em tempos de grandes incêndios.
“Julgamos que a transparência e o cessar do clima de suspeições que estava a grassar praticamente em todo o país é algo que nos devemos regozijar e isso deve-se à atitude do PSD e à comunicação social que nunca descansou no sentido de trazer mais verdade para uma situação que parecia estar sujeita a uma lógica estranhíssima de ocultação”, começou por dizer, referindo-se à polémica em torno da lista de vítimas mortais de Pedrógão Grande.
Realçando que as “acusações feitas ao PSD são descabidas, desajustadas e fazem ricochete”, o social-democrata frisou que é “falso” o que o Governo declarou sobre o “aproveitamento político [do PSD] desta tragédia”.
“Com as suas acusações, política de ocultação e de passa-culpas, o Governo e as entidades que dele dependem estão a fazer uma gestão de comunicação e marketing político elevado até ao ponto máximo e que criou este clima de suspeição e desconfiança que é negativo”, acusou.
Sobre o facto de o “comportamento do PSD” ter sido considerado “indigno”, Carlos Abreu Amorim foi perentório: “Indigno é, até este momento que estamos a falar, não ter chegado um cêntimo do dinheiro público e do muito dinheiro privado que a sociedade portuguesa angariou desde a tragédia de Pedrógão Grande”.
“Indigno e absolutamente reprovável é o facto de o PSD ter aproveitado um projeto que criava um mecanismo urgente extra-judicial para reparação, às famílias dos falecidos e aos feridos graves, e esse projeto ter sido apoiado pelo PCP e pelo Bloco e o PS não ter consentido que fosse aprovado no passado dia 19”, prosseguiu.
A lei da rolha, “que condiciona a atividade da comunicação social, que aumenta um clima de suspeição e desconfiança em relação ao que está a ser feito na prevenção e combate aos incêndios”, é outra das acusações feitas pelo PSD.
Mais, realça, “indigno também é este Governo não ter sabido explicar por que razão é que mudou os comandos da ANPC a meses do início da época dos fogos com os resultados que estão à vista”.
Por fim, Abreu Amorim encara como “indigno o facto de existir uma lógica de passa-culpas absolutamente compulsiva e negativa no sentido de que ninguém assume responsabilidades. É hoje claro que o Estado falhou, não houve um responsável governamental - o próprio PM não pediu desculpa ao país - que viesse assumir responsabilidade”.