“O que o meu filho sofreu de Setembro do ano passado até agora, só eu e ele sabemos”. A declaração pertence à economista e escritora Helena Sacadura Cabral, mãe do líder do CDS e actual vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que em entrevista publicada na edição desta segunda-feira do Diário Económico conta que “que tinha uma esperança enorme” que Portas abandonasse, efectivamente, o Executivo de Passos Coelho.
Uma “esperança”, aliás, que, diz, a “levaria a Fátima”. Até porque na opinião de Helena Sacadura Cabral, este Governo “já deu o que tinha a dar, mas como foi eleito por quatro anos, pronto…”, acrescentando, porém, que sabe separar as águas e, como tal, “nunca faltará a [Portas] enquanto mãe”.
A escritora assinala que a forma como o ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar “abandonou o barco” foi “lamentável”. Relativamente ao facto de Paulo Portas ter voltado com a palavra atrás, mantendo-se no Governo após ter anunciado a sua demissão a título “irrevogável”, Sacadura Cabral comenta apenas que “sabemos muito pouco do que está por trás de todas estas coisas”. No entanto, frisa, “acho que houve aqui muitos romances”.
“Para o Paulo voltar atrás com uma decisão, há-de ter tido alguma garantia suponho eu, estou a falar como cidadã e não como mãe, de que não entrará em conflito”, observa a economista.
Quanto às novas funções que o filho abraçou no Executivo, Helena Sacadura Cabral refere que “é uma brutalidade de uma pasta”. Ainda assim, garante que o filho “tem arcaboiço” para tal, “é o ‘bulldozer’ de trabalho (…) está casado com a política, não é isso que me preocupa. Preocupa-me um dia poder dar-lhe um AVC e ir desta para melhor”, remata a mãe do vice-primeiro-ministro.