Insolvências de empresas na Alemanha aumentam 24% este ano

Mais de 22 mil empresas foram declaradas insolventes na Alemanha este ano, um valor que é o pior desde 2015, segundo um estudo realizado pela Creditreform.

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Lusa
16/12/2024 17:52 ‧ há 2 horas por Lusa

Economia

Alemanha

O número de empresas declaradas insolventes na Alemanha atingiu as 22.400 este ano, mais 24,3% em relação a 2023 e o valor mais alto desde 2015.

 

Este dado antecipa ainda um novo aumento em 2025, quando as falências poderão atingir recordes dos anos posteriores à Grande Recessão (crise iniciada em 2007).

O responsável pela investigação económica da Creditreform, Patrik-Ludwig Hantzsch, afirmou que, "com algum atraso, as crises dos últimos anos estão a afetar as empresas" alemãs e apontou a estagnação económica e o declínio da capacidade de inovação como os responsáveis pelo enfraquecimento da economia da Alemanha.

Hantzsch antecipou um novo aumento das insolvências empresariais em 2025 e admitiu que tal poderá significar atingir números de falências próximos dos picos de 2009 e 2010, quando mais de 32 mil empresas faliram.

Ainda segundo o estudo, o número de insolvências aumentou em todos os setores. O dos serviços foi especialmente afetado, com um aumento das insolvências em 27,1%, seguido pelo setor da indústria, com um crescimento de 23,9%.

A maioria das falências deste ano afetou microempresas (com no máximo dez empregados), que representam 81,4% de todos os casos. No entanto, as falências entre as maiores empresas (com mais de 250 empregado) cresceram a uma taxa superior à média, com um aumento de 44,4%.

O estudo demonstra também preocupação com as chamadas 'insolvências em cadeia', em que problemas de uma empresa e a falta de cumprimento das suas obrigações (como pagamento de dívidas) afetam outras empresas e as leva à insolvência.

A análise da Creditreform Economic Research mostra ainda um aumento significativo das perdas dos credores, com um impacto estimado em 56 mil milhões de euros, em comparação com 31,2 mil milhões de euros em 2023.

O número de empregos ameaçados ou perdidos também aumentou significativamente em 2024, tendo sido afetados 320 mil empregos, significativamente mais do que os 205 mil empregos ameaçados ou perdidos em 2023.

Nos consumidores também têm aumentado os processos de insolvência, devido ao aumento do custo de vida e às altas taxas de juro, segundo o estudo. Este ano foram registados na Alemanha um total de 121.300 processos de insolvência, mais 10,6% do que em 2023.

As preocupações com a recessão na Alemanha continuam a aumentar. A semana passada, o Bundesbank (banco central da Alemanha) reviu em forte baixa as projeções económicas para a Alemanha e espera agora que a economia se contraia 0,2% em 2024 (recessão pelo segundo ano consecutivo). Em 2025 espera um crescimento de 0,2% e em 2026 de 0,8%.

O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, explicou que a economia alemã não enfrenta apenas "ventos contrários persistentes", mas também problemas estruturais, que afetam sobretudo o setor industrial, bem como as exportações e o investimento. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho tem sido muito impactado e o consumo privado não está a funcionar como motor da recuperação económica.

Na frente política, a Alemanha deverá ir a eleições antecipadas em fevereiro. Hoje, o chanceler alemão, Olaf Scholz, perdeu a votação da moção de confiança no Bundestag (parlamento), tal como previsto, abrindo caminho à dissolução parlamentar, que levará o país a eleições antecipadas.

Leia Também: É oficial. Moção de confiança é chumbada e Alemanha vai a eleições

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