No último trimestre do ano passado, os lucros da Galp caíram 75%, para 71 milhões de euros, indicou ainda o grupo.
No total do ano passado, a empresa obteve um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de cerca de 3,3 mil milhões de euros, uma redução em 7% em relação ao ano anterior.
Os resultados da Galp no quarto trimestre de 2024 demonstraram "resiliência num ambiente macroeconómico volátil, suportados pelo desempenho robusto do 'upstream' [exploração e produção] e da indústria, enquanto o 'midstream' [transporte, armazenamento e outras atividades] manteve a sua forte contribuição", disse o grupo.
O investimento líquido (capex) da Galp totalizou, no ano passado, 832 milhões de euros, "suportado pelo produto da alienação dos ativos de 'upstream' angolanos durante o período", indicou.
O investimento de 1.291 mil milhões de euros foi "maioritariamente direcionado para as campanhas de exploração e avaliação na Namíbia e para os projetos de 'upstream' em desenvolvimento no Brasil, nomeadamente Bacalhau, bem como para projetos industriais de baixo carbono e desenvolvimento de projetos de renováveis".
A dívida líquida no final do ano era de 1,2 mil milhões de euros, inferior em 14% em comparação com o final de 2023.
Os dados hoje divulgados apontam que a margem de refinação da Galp (diferença entre o custo de aquisição do petróleo e o preço de venda dos produtos refinados, como gasolina e gasóleo), em 2024, caiu 32%, para 7,4 dólares por barril, face aos 11 dólares registados em 2023.
A produção 'working interest' (produção bruta de matéria-prima, incluindo todos os custos decorrentes das operações) caiu 11%, para 109 mil barris por dia, refletindo a alienação de uma participação em Moçambique.
As vendas de produtos petrolíferos no ano de 2024 mantiveram-se em 7,1 milhões de toneladas, segundo a Galp, "com um desempenho estável em Portugal" e um "aumento dos volumes vendidos em Espanha", em paralelo com "uma menor contribuição do segmento internacional, refletindo a venda dos ativos da Guiné-Bissau".
Quanto às vendas de gás natural, subiram 19%, para 16,3 TWh [terawatts hora] e na eletricidade registaram um aumento de 68%, para 6,9 TWh.
No segmento de 'ustream', a Galp atingiu um EBITDA de cerca de dois mil milhões de euros, uma queda de 8% em relação ao ano anterior.
Já na área industrial e 'midstream', o EBITDA desceu 6% para 876 milhões de euros.
Nas renováveis, o EBITDA foi de 47 milhões de euros, descendo 64% em termos homólogos, "refletindo a conjuntura de preços de energia mais baixos", disse a empresa.
"Encerramos 2024 com mais um trimestre forte, num ano de resultados consistentes, iguais ou superiores às orientações em todas as unidades de negócio", disseram os co-CEO (presidentes executivos) Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva, citados na mesma nota.
"Em 2025 e 2026, continuaremos a executar os nossos principais projetos de crescimento, a marca do portefólio da Galp, combinando uma abordagem disciplinada com um plano de baixa intensidade de capital", indicaram.
Tendo em conta estes resultados, o Conselho de Administração da Galp vai propor à assembleia-geral anual de acionistas de 2025 um aumento do dividendo por ação de 15%, para 0,62 euros, adiantou.
A Galp anunciou ainda um programa de recompra de ações de 250 milhões de euros para a redução de capital social, que será executado em 2025.
[Notícia atualizada às 08h35]
Leia Também: Margem de refinação da Galp cai 15% no 4.º trimestre de 2024