No dia 25, os relógios na UE atrasam uma hora. Vai escurecer e amanhecer uma hora antes, enquanto avançamos para o inverno com dias de menor luz solar. Dias mais escuros ajudarão a diminuir os contatos sociais e a ficar em casa com mais facilidade? Ou por outro lado, o humor (já em baixo) da sociedade pode piorar? Segundo explica Diego Redolar, professor de Psicobiologia, ao La Vanguardia, com as novas restrições, a mudança de horário pode ter um impacto emocional.
Do ponto de vista da neurociência, ressalta, a adaptação do cérebro à mudança do tempo ocorre com bastante rapidez, excepto para os grupos mais vulneráveis. Falar de população vulnerável não é falar de idosos, mas de muitas pessoas de todas as idades que vivem sozinhas e que vêem que o convívio social - questão fundamental para a saúde - é mais uma vez reduzido. De acordo com Diego Redolar, perder a interação que envolve a ida ao trabalho, não poder sair para beber um copo ou encontrar-se com os amigos, aliado ao afastamento social que costuma trazer o início da noite, pode ter um impacto emocional.
Mas existe outra perspetiva. O afastamento social é fundamental para deter o vírus, então a mudança de horário pode ajudar. Os setores ligados ao lazer, como hotelaria e restauração, estão mais ativos no verão, pois o escurecer tardio facilita a socialização e as atividades fora de casa.
O chefe do serviço de Psiquiatria do Hospital Universitário Vall d'Hebron, Josep Antoni Ramos Quiroga, argumenta que a mudança do horário – seja no outono ou na primavera – prejudica a saúde das pessoas. Num contexto como o de hoje, de pandemia, com elevados níveis de stress, pode agregar problemas a quem tem dificuldade em dormir, afirma. Um dos sintomas mais comuns em pessoas com depressão, explica ele, é a falta de sono.