"Estou preocupado com o que se está a passar no Chile", confessou, em italiano, o pontífice argentino, durante a audiência geral, celebrada todas as quartas-feiras, na Praça de São Pedro.
O Papa expressou o seu desejo de que se ponha um "fim às manifestações violentas" e que, "através do diálogo, se trabalhe para encontrar uma solução para a crise e se enfrente as dificuldades geradas, pelo bem de toda a população".
O Presidente do Chile, Sebastián Piñera, pediu desculpas por não ter sido capaz de ver a situação a que chegou o país e anunciou reformas sociais após cinco dias de protestos que levaram à morte de pelo menos 15 pessoas.
Os protestos, que se espalharam por diversas cidades do país, com barricadas, incêndios e pilhagens, deixaram feridos 239 civis e cerca de 50 polícias e militares, tendo ainda levado a 2.643 detenções.
Piñera afirmou querer acabar com o estado de emergência, o recolher obrigatório e retirar os militares das ruas, devolvendo-os aos quartéis, mas só o fará quando "a ordem pública, a segurança e os bens, tanto públicos como privados, estiverem devidamente resguardados".
Foram convocadas para hoje mais marchas e concentrações populares em todo o país, nas quais se esperam ver as reações da população às condições propostas pelo Presidente.
As manifestações decorrem desde sexta-feira em protesto contra um aumento (entre 800 e 830 pesos, cerca de 1,04 euros) do preço dos bilhetes de metro em Santiago, que possui a rede mais longa (140 quilómetros) e mais moderna da América do Sul, e que transporta diariamente cerca de três milhões de passageiros.