Líbano: Borrell saúda acordo de governo e pede aplicação de reformas

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, saudou hoje o anúncio do acordo para formar um Governo no Líbano e apelou às autoridades para aplicarem as reformas planeadas.

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© OLIVIER MATTHYS/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
10/09/2021 17:22 ‧ 10/09/2021 por Lusa

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Líbano

 

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"Saúdo o anúncio feito pelo Presidente Michel Aoun e pelo primeiro-ministro Najib Mikati, que assinaram o decreto para formar o novo Governo no Líbano", escreveu o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa na sua conta na rede social Twitter.

Para Borrell, chegou o "momento-chave" para enfrentar as atuais crises económica, financeira e social, bem como para "implementar as reformas que deveriam ter-se realizado há muito tempo" e ainda para preparar as eleições de 2022.

A nova equipa governamental inclui personalidades apolíticas, algumas das quais gozam de boa reputação, como Firas Abiad, diretor do hospital público Rafic Hariri, que lidera a luta contra o novo coronavírus.

O executivo de 24 ministros deve realizar a sua primeira reunião na segunda-feira às 11:00 (09:00 em Lisboa), indicou o secretário-geral do Conselho de Ministros, Mahmud Makiyye.

O Líbano está com um governo interino desde que o primeiro-ministro Hassan Diab se demitiu a 10 de agosto de 2020, seis dias depois da catastrófica explosão no porto de Beirute, que causou mais de 200 mortos, milhares de feridos e destruiu bairros inteiros da capital libanesa.

Desde então, a crise económica sem precedentes que o país atravessa desde o verão de 2019 continuou a agravar-se e foi considerada pelo Banco Mundial como uma das piores do mundo desde 1850.

Há cerca de um mês, a União Europeia (UE) aprovou o quadro legal que lhe permitirá sancionar pessoas ou entidades que obstruam este processo político ou a chegada das reformas.

Durante uma visita ao Líbano em junho passado, Borrell condicionou a ajuda financeira ao país à concretização de reformas e à formação de um executivo, à semelhança do que fez grande parte da comunidade internacional. 

O novo primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, prometeu hoje começar a trabalhar para controlar a grave crise económica, assegurando que a suspensão das ajudas seria crítica para o Governo libanês.

Com uma inflação galopante e despedimentos em massa, 78% da população libanesa vive atualmente abaixo da linha da pobreza, segundo a ONU.

Além da queda livre da moeda local, de restrições bancárias inéditas, diminuição de subsídios, falta de combustível e de medicamentos, os libaneses enfrentam há vários meses cortes de energia, que já atingiram as 22 horas diárias.

O novo governo tem numerosos desafios à sua espera, nomeadamente a conclusão de um acordo com o Fundo Monetário Internacional, cujas negociações estão suspensas desde julho de 2020.

Emocionado, Mikati, um dos homens mais ricos do país, disse reconhecer a dor das mães libanesas que não conseguem alimentar os filhos ou encontrar uma aspirina para aliviar dores, bem como os alunos cujos pais não têm condições de enviar para a escola. 

"A situação é difícil, mas não impossível de lidar se cooperarmos", defendeu Mikati no Palácio Presidencial, onde foi anunciada a formação do novo governo. 

O novo executivo enfrenta uma tarefa gigantesca que poucos acreditam poder ser superada, incluindo a realização de reformas extremamente necessárias. 

Entre as primeiras tarefas estará o controle da insatisfação pública e das tensões resultantes da suspensão dos subsídios aos combustíveis esperados até o final do mês.

As reservas em moeda estrangeira no Líbano estão perigosamente baixas e o banco central do país, muito dependente de importações, disse não ser mais capaz de apoiar o programa de subsídios de mais de 5.000 milhões de euros.

Leia Também: Líbano. Formação de um novo governo, após mais de um ano de espera

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