Na quarta-feira, o lançamento de dois mísseis balísticos norte-coreanos para o mar do Japão foi seguido algumas horas depois pelo de um míssil balístico a partir de um submarino da Coreia do Sul, que se tornou o sétimo país do mundo a dispor desta avançada tecnologia.
Washington, aliado de Seul, condenou os tiros de Pyongyang, realizados "em violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU" e que representam "uma ameaça para os seus vizinhos".
A norte-coreana Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) criticou hoje aqueles comentários, que considerou reveladores de "uma atitude de jogo duplo" ao "calar-se em relação ao ato da Coreia do Sul", numa referência ao disparo de Seul.
Este "jogo duplo" por parte de Washington constitui "um obstáculo à resolução da questão da península coreana e um catalisador para aumentar a tensão", referiu a KCNA, atribuindo o comentário ao analista Kim Myong-chol, considerado um porta-voz não oficial de Pyongyang.
"É precisamente a razão do impasse nas negociações" entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, adiantou.
A Coreia do Norte é alvo de muitas sanções internacionais devido aos seus programas de armamento nuclear e de mísseis balísticos.
As negociações sobre o nuclear com Washington estão suspensas desde o fracasso da cimeira de Hanói, em fevereiro de 2019, entre o dirigente norte-coreano Kim Jong-un e o presidente norte-americano da altura Donald Trump.
O representante especial do atual chefe de Estado norte-americano Joe Biden para a Coreia do Norte, Sung Kim, reiterou esta semana que os Estados Unidos tinham feito várias propostas de "reuniões sem pré-condições".
Kim Jong-un declarou a 18 de junho que o seu país se devia preparar "tanto para o diálogo como para o confronto" com Washington.
Leia Também: Irmã do líder norte-coreano ameaça Seul com corte total de relações