Desarmamento de guerrilheiros da Renamo segue para o Norte de Moçambique
Cerca de 560 guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) na província de Nampula vão ser abrangidos pelo processo de desarmamento, desmobilização e reintegração, naquele que será o primeiro ciclo do processo de paz no Norte de Moçambique.
© Lusa
Mundo Moçambique
"Esperamos que cerca de 560 combatentes da base da Renamo em Namaita, em Nampula, sejam registados como desmobilizados, ao longo de três semanas de trabalho", declarou o enviado pessoal do secretário-geral da ONU e líder do grupo de contacto para a paz em Moçambique, Mirko Manzoni, em conferência de imprensa hoje em Maputo.
Os novos guerrilheiros abrangidos pelo processo que começa na segunda-feira elevam o total de combatentes da Renamo que largaram as armas para 3.270 de um total de 5.000 que se prevê atingir no âmbito dos entendimentos do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado entre o Governo e o principal partido de oposição no país.
"Esta é base da Renamo número 11 a ser encerrada desde junho de 2020 e as restantes cinco bases vão ser desmobilizadas no próximo ano", frisou Mirko Manzoni.
O enviado pessoal do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aproveitou a ocasião para esclarecer "equívocos" sobre queixas de atrasos no subsídio dos guerrilheiros da Renamo, um problema que recorrentemente é levantado pelo principal partido de oposição.
"Nós temos um acordo que prevê que os combatentes que saem do mato vão receber durante um ano o subsídio de reintegração e depois disso eles vão ser reintegrados no sistema de pensões de Moçambique", declarou Mirko Manzoni, acrescentando que o Governo e os parceiros internacionais estão a envidar esforços para resolver a questão das pensões em falta.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional foi assinado em 06 de agosto de 2019 entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
No âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, mais de metade dos cerca de cinco mil guerrilheiros da Renamo já foram abrangidos pelo desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR), sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.
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