Kiev diz que "não tem intenção" de atacar territórios separatistas
O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksi Reznikov, disse hoje que Kiev "não tem intenção" de lançar ações ofensivas contra os territórios separatistas no leste do país ou na península anexada da Crimeia.
© Lusa
Mundo Ucrânia
"Nós reforçamos a nossa defesa mas não temos a intenção de lançar qualquer ofensiva" contra os territórios separatistas, disse Reznikov durante uma sessão no Parlamento de Kiev acrescentando que Moscovo aumentou para 149 mil o número de efetivos na zona de fronteira.
A Rússia tem acusado a Ucrânia de estar a preparar um ataque contra o leste da Ucrânia e a Crimeia, sendo que nas últimas horas Kiev e os separatistas acusaram-se mutuamente de ataques.
Hoje, as autoridades ucranianas referiram 20 violações do cessar-fogo pelos separatistas pró-russos durante a última noite, enquanto as milícias pró-russas acusaram as Forças Armadas de Kiev de terem efetuado 27 disparos nas últimas horas.
Hoje, o Kremlin considerou "muito inquietante" a nova vaga de violência entre as forças de Kiev e os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
"O que se passa em Donbass é muito inquietante e é potencialmente muito perigoso" disse hoje aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Em 2014, a Rússia invadiu o leste da Ucrânia e anexou a Península da Crimeia, sendo que a guerra "de facto" na região de Donbass provocou até hoje mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.
Na quarta-feira, a Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma) aprovou um apelo dirigido ao presidente russo Vladimir Putin para reconhecer a independência dos territórios separatistas da Ucrânia, numa altura em que se verifica uma elevada concentração de tropas de Moscovo na zona de fronteira.
O reconhecimento da independência destes territórios pode significar o fim dos acordos de Minsk, firmados em 2015 sob a mediação da França e da Alemanha.
Entretanto, nos últimos meses 720 mil residentes das zonas separatistas (leste da Ucrânia) receberam passaportes russos e estatuto de cidadania por parte de Moscovo.
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