Pelo menos três pessoas, incluindo uma criança de seis anos, morreram na sequência de um bombardeamento de tropas russas a um hospital pediátrico em Mariupol, no sudeste da Ucrânia. A informação é avançada pela BBC, que cita o vice-presidente da Câmara de Mariupol, Sergei Orlov.
Segundo as informações iniciais sobre o bombardeamento, ocorrido na tarde de quarta-feira, pelo menos 17 pessoas ficaram feridas. O primeiro relatório do ataque aéreo dava conta de feridos entre os funcionários do hospital, mas “nenhuma morte” e crianças entre os feridos.
Contudo, Sergei Orlov revela agora que os feridos são “principalmente grávidas e médicos”. “As últimas informações que temos sobre as vítimas é que a maioria das visitas estava em abrigos antiaéreos. Por isso, temos informações sobre os 17 feridos: são principalmente mulheres grávidas e médicos que trabalham neste hospital”, afirmou.
Já numa informação divulgada no Telegram, o município refere que "três pessoas morreram, incluindo uma menina". Num comunicado separado, o município acrescentou que uma quarta pessoa foi igualmente atingida num ataque na manhã de hoje.
"As tropas russas estão a destruir deliberada e implacavelmente a população civil de Mariupol", refere o município, que tinha divulgado no dia anterior que mais de 1.200 habitantes locais foram mortos em nove dias do cerco russo à cidade.
O ataque ao hospital provocou indignação das autoridades ucranianas e ocidentais.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que considerou o ataque um "crime de guerra", partilhou vídeos mostrando a destruição - após um ataque aéreo - do edifício que abrigava uma maternidade e um hospital pediátrico, em Mariupol, porto estratégico no Mar de Azov (sudeste). No interior dos edifícios podem ser vistos destroços, folhas de papel e cacos de vidro espalhados pelo chão.
Este ataque ocorreu na véspera das conversas marcadas para hoje na Turquia entre os ministros dos Negócios Estrangeiros russo e ucraniano, o primeiro encontro entre estes governantes desde que começou a ofensiva russa na Ucrânia, há duas semanas.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 516 civis morreram e mais de 900 ficaram feridos. Contudo, as autoridades ucranianas afirmam que mais de dois mil civis foram vítimas da ofensiva russa. Mais de 2,1 milhões de pessoas já abandonaram a Ucrânia, metade das quais são crianças.
[Notícia atualizada às 09h16]
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