Em comunicado, a Comissão Europeia justifica a escolha da capital polaca como sinal de "reconhecimento do papel essencial da Polónia no apoio aos refugiados que fogem da invasão da Ucrânia", recordando que este país acolhe atualmente mais de 2,5 milhões de refugiados e desempenha ainda um "papel importante enquanto 'hub' humanitário, ao enviar para a Ucrânia apoio de toda a Europa".
O evento, "Stand Up for Ukraine" ("Levanta-te pela Ucrânia", numa tradução livre), uma iniciativa conjunta anunciada no sábado pela presidente da Comissão Europeia e pelo primeiro-ministro do Canadá, contará com a participação de Ursula von der Leyen e de Justin Trudeau (este por videoconferência), e ainda do Presidente da Polónia, Andrzej Duda.
A conferência de doadores concluirá uma campanha mais ampla nas redes sociais lançada pela Comissão Europeia e pelo Governo do Canadá, em parceria com a organização internacional da sociedade civil Global Citizen, que luta contra a pobreza extrema, e nela participam artistas musicais de todo o mundo, como Bono, Madonna, Elton John, Miley Cyrus, Céline Dion e Alanis Morissette, entre outros, anunciou a Comissão.
Por ocasião do anúncio desta iniciativa, no passado sábado, Bruxelas e Otava explicaram que o objetivo é "mobilizar Governos, instituições, artistas, empresas e indivíduos para que dirijam financiamento que apoie os esforços de ajuda humanitária na Ucrânia e nos países vizinhos".
"A União Europeia (UE) está a atender às necessidades dos milhões de refugiados que acolhe e fá-lo-á ainda mais. Mas é preciso muito e o valente povo da Ucrânia merece a solidariedade de cidadãos e Governos de todo o mundo", disse Von der Leyen, citada no comunicado.
"Hoje a nossa mensagem para os ucranianos é esta: Estamos convosco. Se precisarem de comida, água, teto ou ajuda médica, estamos a reunir o mundo para continuar a apoiar-vos e a proporcionar ajuda onde for mais necessária", disse, por seu lado, o primeiro-ministro canadiano.
A UE e o Canadá, juntamente com outros parceiros e aliados, como os Estados Unidos ou o Reino Unido, reafirmaram na passada semana, em cimeiras da NATO e do G7 (as sete maiores economias mundiais) em Bruxelas, o seu apoio à Ucrânia e a sua intenção de contribuir em diferentes frentes, não só com ajuda militar, mas também com assistência humanitária e aos refugiados.
Von der Leyen e Trudeau explicaram que a experiência do Canadá é especialmente útil porque o país acolhe a segunda maior comunidade internacional de cidadãos ucranianos, apenas atrás da Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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