EUA e ONU "perturbados" com conduta em funeral de jornalista palestiniana

Os Estados Unidos e a ONU mostraram-se "profundamente perturbados" com o comportamento de "alguns polícias israelitas" no hospital St. Joseph, em Jerusalém, quando a jornalista palestiniana assassinada Shireen Abu Akleh estava a ser transportada num caixão.

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© AHMAD GHARABLI/AFP via Getty Images

Lusa
14/05/2022 07:23 ‧ 14/05/2022 por Lusa

Mundo

Shireen Abu Akleh

"Ficámos profundamente perturbados ao ver as imagens da interferência da polícia israelita no cortejo fúnebre" da jornalista, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, citado em comunicado.

Pedindo calma e alertando para "qualquer ação que possa agravar as tensões", Antony Blinken disse que "todas as famílias merecem poder enterrar os seus entes queridos com dignidade e liberdade".

"Todos vimos essas imagens, são profundamente perturbadoras", disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, lamentando "uma interferência no que deveria ter sido uma procissão silenciosa".

Por seu lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu "respeito pelos direitos humanos fundamentais, incluindo as liberdades de opinião e expressão, e de reunião pacífica".

"O secretário-geral [da ONU) ficou emocionado com a manifestação de simpatia de milhares de pessoas palestinianas nos últimos dois dias, um testemunho do trabalho e da vida" desta jornalista de dupla nacionalidade palestiniana e norte-americana, disse o porta-voz Farhan Haq.

Uma cena de violência irrompeu junto do hospital St. Joseph, obrigando a polícia israelita a dispersar a multidão.

Imagens transmitidas pela TV Palestina mostraram o caixão da repórter da Al Jazeera - assassinada a tiro durante um ataque israelita na Cisjordânia ocupada, na quarta-feira -- a ser empurrado, enquanto a polícia dispersava a multidão empunhando bandeiras da Palestina, protestando contra a ação das forças militares israelitas.

Horas antes desta manifestação de protesto de palestinianos em Jerusalém, o exército israelita anunciou que não é possível, para já, determinar a origem do tiro que matou a jornalista, segundo as conclusões de um inquérito preliminar ao caso.

A repórter da Al Jazeera foi morta com um tiro no rosto, quando se encontrava a fazer a cobertura do conflito entre forças israelitas e palestinianas, vestida com um colete e um capacete que a identificavam como jornalista.

"A conclusão do relatório preliminar é que não é possível determinar a origem do tiro que atingiu e matou a repórter", disse o exército, num comunicado, admitindo que o disparo pode ter partido de forças palestinianas ou israelitas.

Leia Também: ONU condena assassínio de jornalista palestiniana em declaração unânime

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