"Recentemente, e discutimos isto em pormenor ontem [segunda-feira] com o Presidente russo, foram elaborados planos estratégicos para atacar a Rússia", disse Lukashenko, citado pela agência oficial bielorrussa Belta.
Ao discursar numa cerimónia de graduação das academias militares do país, Lukashenko disse que os alegados ataques estão a ser planeados para serem feitos "através da Ucrânia e da Bielorrússia".
"A História repete-se", acrescentou, referindo-se, segundo a agência francesa AFP, às invasões da Rússia por Napoleão I e pela Alemanha nazi.
Lukashenko disse que os países ocidentais estão a realizar operações de reconhecimento em terra e no ar enquanto transferem equipamento para a Ucrânia.
"Aparentemente, os novos cruzados da Aliança Atlântica decidiram que é a altura certa para fazer outro avanço no leste", disse, citado pela agência espanhola Europa Press.
"Esqueceram-se de como terminaram campanhas semelhantes levadas a cabo pelos seus antecessores", acrescentou.
Acusou ainda as "estruturas de coligação da NATO especializadas em operações psicológicas e ações subversivas no ciberespaço" de estarem envolvidas numa "guerra híbrida em larga escala" contra a Bielorrússia.
As ações ocidentais estão a "aproximar o mundo do abismo de uma grande guerra que não pode ter um vencedor", disse ainda Lukashenko, segundo a AFP.
Lukashenko tomou o partido da Rússia e apoia a sua ofensiva contra a Ucrânia, incluindo a utilização do território bielorrusso como base de apoio.
Em junho, Putin anunciou que Moscovo vai fornecer à Bielorrússia mísseis capazes de transportar ogivas nucleares nos "próximos meses".
Devido ao seu apoio a Moscovo e à repressão de um movimento de protesto generalizado em 2020, a Bielorrússia tem sido alvo de sanções ocidentais, aumentando ainda mais a sua dependência da Rússia.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que entrou hoje no 139.º dia, sem que se conheça o número exato de baixas civis e militares.
Diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que esse número será consideravelmente elevado.
A União Europeia e vários países ocidentais têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra a Rússia e fornecido armas às forças ucranianas.
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