"Já não podemos tomar a democracia como certa", alertou ao democrata, na quarta-feira, num discurso com um tom mais sombrio do que tem sido habitual e numa altura em que as autoridades temem atos de violência, devido às eleições intermédias de 08 de novembro.
Joe Biden defendeu que a democracia está sob ameaça do ex-Presidente Donald Trump e das suas mentiras da violência que elas inspiram.
Apontando em particular para o ataque ao marido da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, Biden disse que as falsas alegações de Trump sobre uma eleição roubada "alimentaram o perigoso aumento da violência política e da intimidação de eleitores nos últimos dois anos".
"Enquanto estou aqui hoje, há candidatos a concorrer a todos os níveis de cargos nos Estados Unidos, a governador, ao Congresso, a procurador-geral, a secretário de Estado, que não se comprometerão em aceitar os resultados das eleições", disse Biden, seis dias antes das eleições intercalares.
"Esse é o caminho para o caos na América", acrescentou. "É sem precedentes. É ilegal. E é anti-americano", disse.
O discurso de Biden aconteceu dias depois de um homem que procurava sequestrar Nancy Pelosi, feriu gravemente o seu marido, Paul Pelosi, na sua casa em São Francisco.
"Há um aumento alarmante no número de pessoas neste país que toleram a violência política ou simplesmente permanecem em silêncio", disse Biden. "O silêncio é cumplicidade."
Enfatizando que se trata das primeiras eleições federais desde a insurreição de 06 de janeiro de 2021 e as tentativas de Trump de ir contra a vontade dos eleitores nas presidenciais de 2020, Biden pediu aos americanos que rejeitem os candidatos que negaram os resultados da votação.
Antes do discurso de Biden, o chefe de polícia do Capitólio dos EUA, Tom Manger, disse que analisou o ataque ao marido de Pelosi e que acredita que o clima político de hoje exige mais recursos e melhor segurança para os membros do Congresso, após um aumento maciço de ameaças aos legisladores após 06 de janeiro.
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