Militares devem estar "sempre preparados para a guerra", alerta Xi

O presidente chinês, Xi Jinping, exortou hoje os militares do país a estarem "sempre preparados para a guerra", apontando que a China "enfrenta uma situação de segurança cada vez mais instável e incerta".

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Lusa
09/11/2022 09:25 ‧ 09/11/2022 por Lusa

Mundo

Xi Jinping

"A tarefa da luta militar é árdua e pesada", disse Xi durante uma visita ao centro de comando de operações conjuntas da Comissão Militar Central (CMC), o órgão que controla as Forças Armadas chinesas, citado pela televisão estatal CCTV.

Xi, como presidente da CMC, pediu a todos os militares que dediquem a sua energia ao desenvolvimento da "capacidade de combate", visando estarem prontos para "lutar e vencer uma guerra".

As declarações do Presidente chinês foram feitas na sua primeira visita à sede do Exército de Libertação Popular após o 20.º Congresso do Partido Comunista da China (PCC), que se realizou no mês passado.

Xi garantiu um terceiro mandato como secretário-geral do PCC e presidente da CMC durante o congresso.

O líder chinês acrescentou que a segurança nacional da China enfrenta "mais instabilidade e incerteza", pelo que o Exército deve "reforçar o treino militar e a preparação para a guerra", num contexto marcado por tensões crescentes no Estreito de Taiwan.

As relações entre China e Taiwan são foco de constantes disputas e tensão.

No discurso de abertura do 20º Congresso do PCC, Xi condenou as "atividades separatistas que procuram a 'independência de Taiwan'" e as "provocações grosseiras do exterior".

"Almejamos a reunificação pacífica, mas nunca prometeremos desistir do uso da força como opção", disse. "A reunificação vai ser alcançada", garantiu.

O Gabinete Presidencial da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, reiterou que Taiwan é um país "democrático e soberano" e que os "taiwaneses rejeitam claramente o modelo 'um país, dois sistemas'", que Pequim aplicaria no caso da reunificação, e que vigora nas regiões semiautónomas de Macau e Hong Kong.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

Em agosto passado, após a presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, se deslocar a Taiwan -- a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos --- Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real. Durante quase uma semana, o Exército de Libertação Popular fez um bloqueio marítimo e aéreo de facto ao território.

Leia Também: Discurso de Charles Michel na China anulado para evitar censura

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