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Talibãs proíbem educação universitária para mulheres no Afeganistão

"Todos vocês estão informados para implementar a mencionada ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso", disse a carta assinada pelo ministro do Ensino Superior.

Talibãs proíbem educação universitária para mulheres no Afeganistão
Notícias ao Minuto

18:28 - 20/12/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Afeganistão

Os talibãs, que tomaram o poder no Afeganistão no ano passado, ordenaram, esta terça-feira, a proibição por tempo indefinido da educação universitária para mulheres afegãs, revelou o Ministério da Educação Superior do país, numa carta enviada a todas as universidades públicas e privadas.

"Todos vocês estão informados para implementar a mencionada ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso", disse a carta assinada pelo ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, citada pela Agência France-Press (AFP).

O porta-voz do ministério, Ziaullah Hashimi, que publicou a carta no Twitter, confirmou a ordem numa mensagem enviada à AFP.

O ministro da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício afegão, Mohamad Khalid Hanafi, também precisou hoje que a reabertura dos centros educativos, encerrados desde a chegada ao poder dos talibãs, "depende em grande medida da criação de um ambiente cultural e religioso decente".

A nova proibição restringe ainda mais o acesso das mulheres à educação, uma vez que já estavam excluídas do ensino secundário.

Há três meses, milhares de raparigas e mulheres fizeram os exames de admissão à universidade em todo o Afeganistão. No entanto, foram impostas restrições às disciplinas que podiam estudar, com a ciência veterinária, engenharia, economia e agricultura fora das opções e o jornalismo severamente restrito.

Após a tomada do poder pelos talibãs no ano passado, as universidades incluíram salas de aula e entradas separadas por sexo. As estudantes do sexo feminino só podiam ser ensinadas por mulheres professoras ou por homens idosos.

Em agosto do ano passado, os talibãs entraram em Cabul e tomaram o palácio presidencial, no final de uma ofensiva-relâmpago iniciada em maio, com a retirada das forças norte-americanas e dos seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), incluindo Portugal.

"O Emirado Islâmico [como os Talibãs se autodenominam] deu ordens aos seus mujahideen e mais uma vez reitera que ninguém pode entrar em casa de ninguém sem autorização. A vida, a propriedade e a honra não serão prejudicadas", escreveu na rede social 'Twitter' o porta-voz talibã, Suhail Saheen.

Os meios de comunicação locais relataram imagens dramáticas de milhares de pessoas no aeroporto de Cabul tentando fugir do país, apesar do cancelamento da maioria dos voos comerciais e das restrições.

É o primeiro ano em que o Afeganistão está sob controlo talibã desde a invasão dos Estados Unidos, em 2001.

Leia Também: Talibãs paquistaneses mantêm reféns pelo 3.º dia numa esquadra de polícia

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