Moscovo convoca embaixador francês após atentado contra russo

A Rússia convocou hoje o embaixador francês em Moscovo para protestar contra as declarações do chefe da diplomacia francesa sobre o ataque que teve como alvo uma autoridade russa na República Centro-Africana (RCA) na semana passada.

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Lusa
21/12/2022 19:10 ‧ 21/12/2022 por Lusa

Mundo

República Centro-Africana

"O embaixador francês (Pierre Lévy) foi notificado da inadmissibilidade destas novas acusações contra a Rússia relativas à disseminação de 'propaganda' e 'violência contra a população civil' da República Centro-Africana a partir de alegadas estruturas militares russas privadas", salienta em comunicado a diplomacia russa.

Na nota, Moscovo pede às autoridades francesas "que se abstenham de adotar uma abordagem neocolonial no seu trabalho na região, de dizer aos parceiros africanos de quem devem ser amigos e cooperar, ou de criar histeria antirrussa".

A Rússia afirmou que um dos seus representantes na República Centro-Africana ficou gravemente ferido na passada sexta-feira na capital centro-africana, Bangui, em consequência da explosão de uma encomenda armadilhada.

O ataque foi prontamente atribuído à França pelo líder do grupo paramilitar russo Wagner, presente no país.

A chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna, negou rapidamente as acusações de Wagner, que classificou como "falsas" e "um bom exemplo da propaganda russa e da imaginação fantasiosa que às vezes caracteriza essa propaganda".

"Esta milícia (da Wagner) está a cometer lamentáveis ??extorsões contra a população civil e haveria muito a dizer sobre isso, mas agora não é o momento", acrescentou a ministra, citada pela agência France-Presse.

A França acusa regularmente o grupo Wagner de orquestrar a manipulação da opinião pública contra a França em vários países africanos, particularmente na RCA, e de se envolver em predação económica sob a cobertura de contratos de proteção dos governos dos países onde mantém efetivos, considerados mercenários pelo Ocidente.

Leia Também: Moscovo avisa que entrega de novas armas pelos EUA vai agravar conflito

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