Na ótica do presidente russo, Vladimir Putin, o conflito com a Ucrânia permitiu evidenciar que o sistema de defesa aérea da Rússia é dos “melhores do mundo”, assim como que a produção de armamento do país é comparável com outras nações a nível mundial.
"O combate prático mostrou que a defesa aérea da Rússia é uma das melhores do mundo", disse o chefe de Estado, esta terça-feira, à margem de um encontro com o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov.
O responsável apontou ainda que o regime de Moscovo está a produzir “três vezes mais mísseis” do que os norte-americanos Patriot, colocando-se lado a lado com a produção média a nível mundial.
“A produção russa é comparável à produção mundial. Entre outras coisas, os próprios sistemas são modernos e confiáveis. No entanto, é claro, tudo acontece mas, em geral, os sistemas funcionam corretamente", enfatizou, citado pela agência TASS.
As declarações surgiram num momento em que Gladkov anunciou, também esta terça-feira, que pelo menos 25 pessoas morreram e quase 100 ficaram feridas nos ataques ucranianos naquela região fronteiriça russa desde o início da ofensiva militar de Moscovo na Ucrânia, numa entrevista transmitida pela televisão estatal russa.
De notar ainda que, segundo o antigo presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, a Rússia tem armamento “suficiente”, face às informações divulgadas por parte dos aliados da Ucrânia, que davam conta de que Moscovo se encontrava no seio de uma escassez de armamento e de munições.
“Os nossos inimigos estão a assistir, e periodicamente fazem declarações de que não temos isto ou aquilo... Quero desapontá-los. Temos o suficiente de tudo”, disse, no âmbito de uma visita a uma fábrica da empresa Kalashnikov, em Izhevsk, a leste de Moscovo.
O responsável assegurou também que a entrega de “milhares de unidades” de armamento será iminente, considerando que o “ritmo estabelecido desde o início do ano terá de ser preservado”, cita a Sky News.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 7.068 civis desde o início da guerra e 11.415 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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