Em comunicado, a Polícia Nacional da Nigéria, dá conta da morte de sete pessoas no ataque ocorrido no distrito de Ogbaru, no estado de Anambra, onde as autoridades nigerianas denunciam as atividades do movimento separatista Povo Indígena do Biafra (Ipob, na sigla em inglês).
A coluna era composta por dois veículos e nove pessoas, todas nigerianas, cinco das quais eram funcionários do governo dos Estados Unidos da América (EUA) e quatro agentes da polícia, que morreram no ataque, segundo o comunicado da polícia.
O chefe da polícia do estado de Anambra, Echeng Echeng, disse hoje que o Ipob, ou o seu braço armado, a Rede de Segurança do Leste (ESN, na sigla em inglês), era suspeito da autoria do ataque.
Dois membros do pessoal local da embaixada dos EUA continuam desaparecidos, acrescentou Echeng, avançando que a polícia deteve duas pessoas.
As autoridades do estado de Anambra condenaram o ataque através de um comunicado, classificando-o de "desprezível e não provocado".
No entanto, referiram que a equipa dos EUA não informou previamente a polícia local do movimento da coluna.
"É evidente, com base nas informações (provenientes) dos vários organismos de segurança, que a equipa visitante tomou as suas próprias medidas de segurança e contornou totalmente a arquitetura de segurança do Estado", frisaram.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, condenou na quarta-feira "nos termos mais fortes" o ataque à coluna.
"Condenamos este ataque nos termos mais fortes. Trabalharemos em estreita colaboração com as autoridades nigerianas na tentativa de levar os responsáveis ??à justiça", disse Blinken em comunicado.
A insegurança na Nigéria faz-se sentir também no centro do país, onde confrontos entre agricultores e pastores, que continuavam hoje à tarde, obrigaram mais de 3.000 pessoas a abandonar esta semana as suas zonas de residência.
Os confrontos em causa provocaram pelo menos 85 mortos, segundo as autoridades e fontes locais.
Na segunda-feira à noite, várias aldeias do distrito de Mangu (estado de Plateau) foram invadidas por homens armados, após duas semanas de tensão resultantes do assassínio de um agricultor seguido de atos de retaliação entre comunidades.
As regiões do noroeste e do centro da Nigéria são regularmente palco de tensões e de confrontos mortais sobre a utilização da terra e dos recursos hídricos entre comunidades, exacerbados pela pressão demográfica e pelas alterações climáticas.
De acordo com a Agência Nigeriana de Gestão de Emergências (Nema, em inglês), milhares de pessoas foram deslocadas e mais de 700 casas foram danificadas ou destruídas desde o início dos combates.
"Temos um total de 3.683 pessoas deslocadas", disse à agência France-Presse o coordenador regional da Nema, Eugene Nyelong, afirmando que está a ser prestada assistência humanitária.
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